“O Infinito Amor...” traz linguagem universal para o teatro de Guaxupé
quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
Idosa segura a cabeça do companheiro (Fotos: Luiz Paulo de Morais)
Na noite desta quinta-feira, 5, é a terceira e última apresentação do espetáculo O Infinito Amor de Maria Flor, no Teatro Municipal de Guaxupé. A atriz-marionetista Carolina Garcia Marques, do Grupo Fazenda Tulha, usa máscara e figurino de idosa para se interagir com um boneco de perfil e idade semelhante.
É uma apresentação sem diálogos que se estrutura na linguagem universal de um poema de imagens e emoções. Para o Natal de Luz guaxupeano, foi acrescentado um trecho do Poema de Natal, de Vinícius de Moraes. Narrado em off, versos conduzem ou traduzem parte desse infinito amor. “Nascemos, imensamente”, escreveu Vinícius. Também morremos. “De repente nunca mais esperaremos...”.
Sem a festividade comercial associada ao Natal, a peça destaca o amor e o companheirismo final de um casal. Em vez de tristeza, predominam emoção e encantamento. Num determinado momento, a atriz e o boneco manipulado expõem um relacionamento tão afetivo, com gestos de mãos e movimentos corporais, que já não se sabe qual dos dois é mais real e verdadeiro. Por essa técnica e outras qualidades cênicas, a plateia de 27.12 aplaudiu de pé.
O Infinito Amor de Maria Flor é para ser sentido. A baixa luminosidade e a trilha sonora exclusiva cumprem a função intimista de levar o espectador para dentro de si. Cada um pode contemplar o espetáculo a partir de vivências, sonhos e projeções pessoais. O resultado é emoção e encantamento.
Tudo em movimento
Carolina Garcia também é arte-educadora, diretora e produtora cultural. Licenciada em Artes Cênicas e pós-graduada como Especialista em Economia da Cultura, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. Em setembro deste ano, ela participa do 24º Festival Mundial de Teatros de Marionetes de Charleville-Mézières, cidade no nordeste da França.
Em Guaxupé, além da arte de marionetes há uma surpresa cênica. Um cenário vivo respira e se movimenta. Assim como a natureza, há momentos de respiração tranquila e agitada como o vento. Quando entra no ritmo do infinito amor, o cenário e Maria Flor criam ilusionismos.
Este projeto foi aprovado no edital 02/2022, de acordo com a lei n.1919, do Fundo Municipal de Cultura de Guaxupé.
(Sílvio Reis)
