Aperfeiçoando as relações interpessoais
Para evitar encrencas maiores, amenizando os conflitos relacionais, o indivíduo precisa utilizar mais e melhor o bom senso no momento em que estiver ouvindo ou relatando algo às outras pessoas.
No momento em que estiver ouvindo alguém falar, não interrompa sempre esse alguém. Fique quieto. Preste atenção! Deixe a pessoa terminar de falar o que precisa.
Exemplo: Se o Antônio começou a falar da preferência dele por música clássica ou erudita, não o interrompa abruptamente, dizendo do seu gosto pelo samba em detrimento à música clássica, como se o samba fosse muito melhor do que música clássica que o Antônio prefere. Sim, é isso mesmo. Quando você interrompe abruptamente a fala de alguém, você está querendo impor o seu ponto de vista enquanto verdade maior ou absoluta. E nem deixou o outro falar do gosto dele.
A primeira orientação é essa: evite interrupções frequentes. A gente interrompe, às vezes, se necessário, para evitar uma discussão que esteja partindo para a violência, ou numa situação de pouco tempo de escuta, de pressa etc. Caso contrário, deixe a pessoa falar tranquilamente. Só depois manifeste você o seu ponto de vista - ou não. Mude de assunto, se for conveniente.
A segunda orientação é a seguinte: Quando você estiver contando para alguém alguma experiência que você passou, não diga à pessoa que estiver te ouvindo que ela também precisa passar pela mesma experiência que você passou.
Exemplos: "Nossa, eu fui ao Chile conhecer a neve. Você precisa ir lá também!"; "Nossa, eu fui no parque aquático, tinha piscina com ondas, você precisa ir lá também!"; "Nossa, eu viajei seis horas para participar de um evento religioso, junto de 10 mil pessoas, você precisa ir lá também!", "Nossa, eu viajei duas horas e fiquei numa casa no meio da mata, bem em frente ao rio, você precisa ir lá também!", e por aí vai...
"Você precisa ir lá também", eis a incoerência, a falta de bom senso.
Por que incoerência? Porque não é todo mundo que quer conhecer a neve, não é todo mundo que precisa de uma piscina de ondas para se divertir, não é todo mundo que necessita viajar horas e horas para se encontrar com Deus, espremido no meio da multidão, não é todo mundo que necessita ficar olhando para o cipó, diante de um rio, para ser feliz.
Muita gente prefere evitar o inverno rigoroso. Muita gente se satisfaz indo ao clube aquático da própria cidade, mesmo não havendo piscina com ondas. Muita gente tem um genuíno encontro com Deus fazendo orações onde estiver, no quarto, na comunidade em que vive, na paróquia que frequenta, não gosta de multidão. Muita gente não quer ficar no meio do mato, prefere os recursos da cidade.
As pessoas são diferentes. Por isso, valorizam coisas diferentes. Simples assim.
Então, ao relatar algo importante pra você, se limite ao relato, sem ficar dizendo ao outro "Você precisa ir lá também".
O que é bom para você não necessariamente é bom para o outro.
Não imponha. Apenas exponha seu ponto de vista. E pronto.
Se o outro se interessar pelo que você fez, experimentou ou relatou, naturalmente manifestará o desejo de fazer o mesmo. Aí sim, e somente assim, você poderá até dizer "Você precisa ir lá também."
Vamos tentar dialogar com um pouquinho mais de respeito e paz.
Compreendido?











