Guaxupeano Henry Vitor “abraça a vida de novo”, com arte e casamento aos 86 anos

28 Jul, 2025 - 09:20
28 Jul, 2025 - 10:27
Guaxupeano Henry Vitor “abraça a vida de novo”, com arte e casamento aos 86 anos
Lenir e Henry Vitor em uma das exposições do artista guaxupeano (Foto: Divulgação)

Em 2020, o guaxupeano Henry Vitor Santos passou por uma cirurgia decorrente de câncer no pulmão.

O custo elevado levou o amigo André Cunha, de Paraty, RJ, a divulgar a operação cirúrgica na internet.

A notícia chegou à amiga Fátima Coelho, de Belo Horizonte, uma das integrantes do coletivo Mãos que Bordam.

Esse grupo mineiro, entre outros apoiadores, contribuíram para viabilizar o procedimento médico.

Dois anos depois, já recuperado, Henry foi a BH para agradecer o grande apoio das bordadeiras e participar do 2º Encontro de Bordado, Sustentabilidade e História, na Casa da Santíssima Trindade, espaço de convivência, workshops e oficinas na capital mineira.

Na exposição artística, bordadeiras utilizaram imagens de quadros de Henry nos bordados.

O 2º Encontro ainda possibilitou conhecer a gaúcha Lenir Romero, mestre em arte têxtil, com atuação em Porto Alegre.

Depois de um período de amizade, há dois anos Henry e Lenir namoram mais pelo meio virtual do que presencial.

Ambos viúvos, marcaram casamento para setembro deste ano.

Henry com 86 anos e Lenir com 73 vão se casar onde se conheceram, na Santíssima Trindade.

Nessa época, o artista realiza uma exposição no Palácio das Artes, de Belo Horizonte.

Um ano especial

Outras exposições de bordados inspirados em obras de Henry Vitor já aconteceram em BH, no Centro de Arte Popular e no Palácio da Artes, e também em outras cidades.

Em 2025, o guaxupeano foi homenageado com um enorme estande de bordados no 5º Encontro Bordado, Educação, Sustentabilidade & Artes de São Paulo, que reuniu 10 mil visitantes.

Ele sempre participa desses eventos intermediado pela WR Art Galeria, promotora de grandes festas de bordado e artesanato.

A homenagem surpresa do 5º Encontro foi a presença da futura esposa Lenir, que veio de Porto Alegre a convite de amigos expositores.

Para os dois, é uma fase de conciliar o amor, o trabalho e outras vivências.

Em 2024, enchentes que causaram destruição na capital gaúcha levou Henry a ser voluntário.

Ele ainda pintou a Fé nos Uniu, com imagem figurativa do artista enrolado na bandeira do Rio do Grande do Sul.

“Através da fé podemos mudar muita coisa”, afirma.

Mesmo distante daquela enchente, o artista acredita que transporta uma prece por meio desse quadro.

Uma homenagem à Lenir é uma tela com referências turísticas de Porto Alegre, como a flor brinco-de-princesa, um símbolo estadual.

Este quadro se destacou na exposição em Socorro, SP, onde Henry Vitor recebeu o prêmio Guardião de Cores.

A obra está exposta na Galeria Lacerdine, de São Paulo, até 30.07.

Próximo do casamento, o vestido de noiva, criado e produzido por Lenir, utiliza a parte inferior para bordar imagens criadas por Henry, sobre a história dos dois.

Depois de casados, vão morar e trabalhar em São Paulo e Porto Alegre, até precisarem de optar por uma moradia fixa.

Henry se casou com Janice Castellani, em 1973.

Tiveram duas filhas.

Marcela é mãe de Bento e Joaquim Hernandes.

Verena não tem filhos e um pai muito artista: “Quero ainda pintar muitas histórias de gente da minha terra e viver de forma alegre, simples e poética a nossa realidade.”

(Silvio Reis)