Guaxupé, sexta-feira, 26 de abril de 2024
Homenagem

Historiador homenageia advogado guaxupeano

quarta-feira, 14 de abril de 2021
Historiador homenageia advogado guaxupeano O advogado guaxupeano João Gabriel Isaac, que faleceu nesta terça-feira, 13 de abril (Foto: Redes Sociais)

Faleceu na última terça-feira, 13 de abril, aos 89 anos de idade, depois de longa e penosa enfermidade, o professor e advogado Dr. João Gabriel Isaac. Atualmente ele era o decano dos advogados de Guaxupé, filiado em 18 de maio de 1972 na 57ª Subseção da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil.
Dr. João Gabriel era descendente de imigrantes sírios libaneses, Gabriel Isaac e Sarah Isaac, que muito contribuíram para o progresso e desenvolvimento desta região. Era viúvo da professora Wanda Prósperi Gabriel, falecida em 27 de julho de 2013, e deixa os filhos Marco Antônio e João Carlos e muita saudade.
Em 1956, os irmãos Antônio, Elias, Jorge, Leno e João instalaram, na esquina da rua Major Anacleto com a Avenida Dr. João Carlos, uma bem montada agência de tratores Massey Fergusson, de automóveis DKV Vemag, o tradicional posto de venda de combustíveis Santo Antônio, além de uma oficina de manutenção de veículos. Nos empreendimentos da família, ele era o responsável pela seção de contabilidade.
Dr. João Gabriel também foi professor e diretor da Academia de Comércio São José, instituição que ministrava e ministra, entre outros cursos, o de contabilidade.
Já com a idade madura, bacharelou-se em Direito, passando a atuar nas comarcas da região.
Seu corpo foi velado no Velório Municipal e sepultado no mesmo dia, às 14h00, no Cemitério da Praça da Saudade.
 
                                                                    Homenagem
 
Antes do corpo descer à sepultura, o historiador e seu particular amigo, Wilson Ferraz, proferiu um comovente discurso:
"Com a morte do Dr. João Gabriel Isaac, ocorrida nesta terça-feira, 13 de abril, a sociedade guaxupeana perde um de seus expoentes que sempre soube dignificar uma geração pela correção de todos os atos de sua vida. Perdemos nós, seus amigos, um valor de alto gabarito moral e intelectual que nunca deixou de maneira simples, humilde e sincera de honrar o meio em que viveu, não só através dos exemplos os mais dignificantes como, ainda, pela sua conduta ilibada e altamente equilibrada. Perde a 57ª Subseção da OAB de Guaxupé um valor de excepcional qualidade.
Em vida, ele e a saudosa esposa, Dona Wanda, foram dois lábios rezando a mesma prece num contínuo louvor a Deus pelas mercês com que lhes iluminava o lar bem formado.
Homem do lar, alongou uma tradição de honradez e de piedade cristã que é o solário de sua família e, assim, soube dar aos seus aquela doçura do diálogo manso e bom que as vozes ressoam do coração marcando atitude amplas de bondade, de amor e de compreensão.
Pai amoroso, abriu aos filhos o coração e nele os abrigou com aquela serenidade mansa de homem justo que só entendia o bem e pelo bem vivia todos os seus minutos. Assim deu a seus filhos uma formação sólida, ostentando-os na cordura dos gestos e amando-os com a enormidade de sua delicadeza de homem simples e irrepreensivelmente educado.
Dr. João Gabriel foi um cidadão e um advogado que sempre viveu de braços abertos e estendidos para abençoar, apara acolher e para amparar, com uma modéstia de homem justo e que só entendia a vida no amor de Deus e do próximo.
A todos ele procurou servir sem reservas. Quantas vezes sobrepôs aos seus interesses as aspirações dos amigos, alunos e de seus clientes. E quantas outras, fez suas, as aflições dos que lhe procuravam o conselho e a ajuda. E tudo ele fez, sem arrogâncias, mas com a tranquilidade de quem queria servir e consolar por amor.
Como professor e diretor da Academia de Comércio São José imprimiu as suas lições de inteireza de sua vida exemplar. Assim ensinou e amou a juventude com carinho que a sua sensibilidade de homem bom inspirava.
Guaxupé deve aos seus esforços de comerciante, professor e advogado uma parcela de bons serviços que jamais serão esquecidos. Na história desta terra figurará sempre o seu nome e o seu trabalho.
Ele recebeu de Deus uma das maiores mercês que a Espiritualidade Maior pode conceder a um ser humano, a de conciliador. Dotado de extrema calma, de uma educação invejável, sempre manteve uma postura serena e tranquila no ambiente muitas vezes trepidante dos tribunais. Assim ele tinha a particularidade de acalmar os ânimos nas discórdias e nas lides forenses. Nos momentos mais difíceis, e que exigem maior sensibilidade, a ação dele era sempre decisiva no respeito mútuo e nos interesses das partes envolvidas, acabando com as discórdias e promovendo a paz.
Esta deveria ser a hora de nos calarmos para que pudéssemos, através do nosso silêncio, ouvirmos somente o pulsar dolorido dos nossos corações; entretanto não seria justo caro mestre que na hora em que pagas o seu tributo à morte e no instante em que a terra generosa de Guaxupé se abre para receber seu corpo inanimado, os seus amigos, discípulos e companheiros de longa data se silenciassem e não te rendessem, nesta hora extrema, a nossa homenagem de estima e de saudade.
Aqui trazemos o nosso adeus. Não são os elogios convencionalistas de após morte. São elas, as nossas palavras, a expressão sincera de estima e admiração de longos anos de convivência". (Wilson Ferraz)
 
 
 

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