Guaxupé, quinta-feira, 2 de maio de 2024
Saúde

Minas se prepara para prevenir, tratar e controlar possíveis casos de varíola do macaco

quinta-feira, 2 de junho de 2022
Minas se prepara para prevenir, tratar e controlar possíveis casos de varíola do macaco Foto: Fhemig/Divulgação

Fhemig publica protocolo sobre a doença e reforça pioneirismo em saúde no estado

Em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 20 de maio, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) produziu o “Protocolo Clínico para orientações gerais, prevenção e controle do Monkeypox (varíola do macaco)”. 
O documento foi formulado em menos de duas semanas, com as melhores e mais atualizadas evidências disponíveis. Ele traz informações necessárias à assistência segura ao paciente suspeito e/ou confirmado de infecção pelo vírus Monkeypox, que transmite a varíola dos macacos. 
O secretário de Estado de 
Saúde e ex-presidente da Fhemig, o médico Fábio Baccheretti, afirma que o protocolo é fundamental para o reconhecimento precoce dos pacientes suspeitos e também para ações de vigilância sanitária pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG).  
“Esse protocolo vai orientar as equipes da Fhemig e vai ser utilizado também pelos outros hospitais que, comumente, adotam os protocolos desenvolvidos pela Fundação, que tem expertise no assunto”, ressalta. 

Casos 
A OMS informou, em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, 1º, que os casos confirmados da doença já somam 550 e foram registrados em 30 países. A hipótese levantada pelo organismo internacional de saúde é que, devido ao fato de o vírus circular em diversos países ao mesmo tempo, é provável que o Monkeypox estaria circulando de forma indetectável já há algum tempo. Ainda segundo a OMS, trata-se, neste momento, de um surto da doença. 
No Brasil, até agora, de acordo com o Ministério da Saúde, há três casos em investigação, distribuídos pelos estados de Santa Catarina, Ceará e Rio Grande do Sul. Segundo Flávio Lima, ainda não é possível estimar a probabilidade de ocorrência de casos em Minas Gerais, “mas caso ocorram, é fundamental que os serviços de saúde já tenham se preparado para o atendimento desses casos”. Daí a importância do protocolo clínico de manejo da doença desenvolvido pela Fhemig. 
Flávio destaca que a varíola dos macacos é conhecida desde meados do século passado e que é endêmica em algumas regiões do continente africano. Além disso, já ocorreram casos em outros continentes no passado. “Ainda não é possível afirmar se o número de casos que ocorrem neste momento será suficiente para uma epidemia ou pandemia, mas a vigilância já se iniciou”, completa o infectologista. 


Transmissão e sintomas 
Além de ser menos transmissível que a covid-19, tudo indica que o número de casos da varíola do macaco será menor. “É importante salientar que ainda não ocorreram óbitos fora do continente africano, até o momento”, diz o especialista. Flávio Lima acentua que, em regiões endêmicas, o Monkeypox causa uma letalidade entre 1% e 10%. 
Acredita-se que os hospedeiros animais da varíola do macaco sejam roedores silvestres e primatas não humanos. Outro ponto importante é que não há vacina específica contra o vírus Monkeypox. Por outro lado, segundo nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do dia 31/5, não há vacina contra a varíola humana disponível, neste momento, que poderia ser usada no caso da varíola do macaco. Ela foi responsável pela erradicação da varíola humana na década de 80 e possui eficácia de 85% quando aplicada em pessoas infectadas pelo Monkeypox. 
Os sintomas da varíola do macaco são mal-estar geral, febre e cansaço, que são muito parecidos com os da gripe. Além disso, os nódulos linfáticos ficam inchados. Na sequência, aparecem erupções na pele, que podem se iniciar como manchas vermelhas e sem volume, depois apresentam volume e bolhas para, finalmente, formarem cascas. Uma característica que a diferencia da varicela (catapora) é que as lesões se apresentam em uma mesma fase de evolução nos casos de varíola. 
Acesse o protocolo em: 
bit.ly/3NQTlEy 
(Com Agência Minas)

 

Comente, compartilhe!