Os dados revelam, no entanto, redução dos casos de violência doméstica no Estado. Conforme levantamento, os crimes dessa modalidade - quando envolvem lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial - tiveram redução de 3,9% em 2022, em relação aos registros de 2021.
Segundo a PC, no último ano foram mais de 140 mil ocorrências, cerca de 5 mil registros a menos do registrado em 2021, quando foram mais de 145 mil notificações.
De acordo com a chefe do Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família, delegada-geral Carolina Bechelany, a redução dos casos pode estar diretamente ligada a uma maior segurança das mulheres para denunciar.
"Hoje esse tema tem sido trazido à tona de forma muito mais consistente do que tínhamos. As mulheres têm entendido a importância de buscar ajuda e, inclusive, a medida protetiva. Essa restrição salva vidas. Dados levantados pela Polícia Civil de Minas Gerais já mostram que 89% de vítimas de feminicídio consumado não tinham medida protetiva", detalha.
Para a delegada Renata Ribeiro, da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, a sociedade tende a desacreditar o poder da medida protetiva, mas ela ressalta que o descumprimento do mandado de segurança configura crime.
"As medidas protetivas salvam vidas. Tendemos a desacreditar a efetividade das medidas, mas os dados mostram que mulheres podem ter a vida transformada após o pedido de medida protetiva. Qualquer pessoa que saiba que o autor está descomprimido a medida pode avisar porque ele será detido. Temos que ressaltar que o descumprimento é crime", ressalta.
Cartilha
"Ela instrui as mulheres porque sabemos que, no dia a dia, surgem dúvidas. À medida que as mulheres se conhecem isso, ela percebe que salva vidas. É muito importante, nesses crimes, que a sociedade auxilie e denuncie casos de violência contra a mulher", alertou a delegada Carolina Bechelany.
(Hoje em Dia)