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Há 50 anos, cirurgião de Guaranésia é referência no tratamento de hérnias, com projeção internacional

quarta-feira, 3 de novembro de 2021
Há 50 anos, cirurgião de Guaranésia é referência no tratamento de hérnias, com projeção internacional O médico guaranesiano Alcino Lázaro da Silva (Foto: Arquivo Pessoal)

O Colégio Brasileiro de Cirurgiões, CBC, promoveu em 11 de outubro um debate online sobre os 50 anos da publicação da Técnica de Lázaro da Silva para correção de hérnia incisional. O nome da técnica leva o nome parcial do guaranesiano Alcino Lázaro da Silva.
Aos 85 anos, morando em Belo Horizonte com a família, Dr. Alcino é cirurgião geral, gastroenterologista, professor emérito da UFMG e autor de 30 livros publicados. O extenso currículo inclui doutorado em Cirurgia e muitas pesquisas.
Filho de Dúlia Gentil Gianerinni da Silva e do farmacêutico João Biela da Silva, Dr. Alcino trabalhou como auxiliar de farmácia em Guaranésia. Fez o curso científico em Mococa antes da graduação em Medicina pela UFMG, em 1959. A iniciativa de pesquisar a correção de hérnia incisional, decorrente de uma cirurgia anterior que enfraqueceu o músculo no ponto de incisão, começou no 4º ano da universidade. Levou mais de década de pesquisa até a publicação oficial, em 1971. O site
www.transpalb.com, que é o nome científico da técnica, tem informações sobre esse procedimento.
Questionado se é muita responsabilidade ter o próprio nome associado a uma técnica com credibilidade científica, Dr. Alcino dá uma resposta modesta: “Mesmo com êxito comprovado da Tranpalb não é prudente colocar o nome dos autores como criadores, porque o conhecimento dos processos médicos em todo o mundo varia de país para país, de acordo com a estrutura física dos cidadãos e do imprevisível mundo das hérnias.”
No entanto, além do Brasil, outros países utilizam a Técnica de Lázaro da Silva. “O que sei a respeito é que ex-alunos cirurgiões, após viajarem para o exterior, trazem a notícia de que presenciaram procedimentos da Tranpalb sendo realizado na Inglaterra, França, Espanha, Bulgária, Turquia, Paraguai e Cuba.
Dr. Alcino não se limitou à pesquisa e tratamento de uma única hérnia. “Me dediquei ao estudo de todas as outras hérnias que acometem o físico do paciente, como por exemplo as hérnias de hiato esofágico, crural, umbilical, epigástrica... Lembrar-se sempre de que todas as hérnias potencialmente podem se complicar em encarceramento ou necrose de conteúdo.”
Mesmo com a excelência oferecida pela Transpalb, ele destaca a necessidade de mais pesquisas nessa área. “Há possibilidade de complicação que varia em número, de acordo com o tipo de hérnia, porque todas têm anel inextensível que participa dos encarceramentos ocorridos. O problema continua aberto para pesquisas, sobretudo no nível humano.”
Aos 85 anos, o guaranesiano se mantém um profissional atuante e informa que os estudos sobre hérnia continuam na área clínico-cirúrgico, limitando-se mais à cirurgia geral e digestiva. “A minha prioridade continua sendo o atendimento clínico aos meus pacientes antigos e o atendimento filantrópico no Hospital Cristiano Machado. Parte das minhas atividades também se deve à nossa intenção de fazer a Fupec (Fundação de Pesquisa e Ensino em Cirurgia) crescer para aumentar o atendimento aos usuários do SUS e também beneficiar os estudantes de Medicina.”
 
Vida familiar e volta à terra
Foi no início da carreira médica, no munícipio Entre Rios de Minas, que ele se casou com Ana Maria Deotti Silva. Antes de se mudaram para Belo Horizonte, em 1966, o casal já tinha três dos sete filhos: Roberto, Alessandra, Carla, Beatriz, Patrícia, Marcelo e Leonardo Deotti Silva. Somente Beatriz estudou Medicina. Foi cirurgiã geral por 11 anos e, atualmente, é proctologista.
Neste ano comemorativo dos 50 anos da Técnica de Lázaro da Silva, Dr. Alcino afirma: “Sou filho de Guaranésia, a quem amo e volto sempre para curti-la.”

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