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Autor de Fio de Cabelo fazia questão de ser lembrado como guaxupeano

segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Autor de Fio de Cabelo fazia questão de ser lembrado como guaxupeano Darci Rossi em um momento de grande sucesso (Fotos: Divulgação)

Um fio de cabelo revela a origem de alguém. O compositor e cantor Darci Rossi, que teve mais de 400 músicas gravadas, incluindo Fio de Cabelo, é filho de Guaxupé.
O casal Natércia Boldrini e João Rossi morava e trabalhava na fazenda Bom Jardim. Tiveram oito filhos guaxupeanos: Darci, Otávio, Flávio, Francisco, Primo, Pedro, Luiz e Lígia.
Em 1949, quando Darci tinha um ano e meio, a família se mudou para São Caetano do Sul, no ABC paulista. Na época, o avô João Rossi e seus irmãos continuaram em Guaxupé. Ainda hoje, há familiares do compositor na cidade mineira.
O engenheiro de produção e qualidade Juliano Gonçalves Silva também morou com a família na fazenda Bom Jardim e defende a valorização desse compositor guaxupeano tão importante para a música brasileira. Segundo o musicólogo e jornalista Zuza Homem de Mello, a primeira gravação de Fio de Cabelo foi um divisor de águas para a música sertaneja no Brasil e projetou Chitãozinho e Xororó nacionalmente.
Para Darci Rossi, a composição de músicas ganhou impulso em São Caetano, quando ele trabalhou na General Motors, de 1969 a 1977. Ao vender um Chevrolet Opala para Chitãozinho e Xororó, começou uma parceria e uma grande amizade. Darci e a esposa Sônia foram padrinhos de casamento dos dois irmãos.
A dupla gravou músicas de Darci Rossi e também compôs com o guaxupeano. Em 1979, a música de Darci e Constantino Mendes, 60 dias apaixonado, deu título ao disco que fez a dupla conquistar o primeiro disco de ouro. Mas foi em 1982, com a gravação de Fio de Cabelo, de Darci Rossi e Marciano, que a música sertaneja começou a se popularizar nas FMs e na TV. O sucesso foi tão grande que o disco Somos Apaixonados vendeu 1,5 milhão de cópias.
A música que dá nome ao álbum foi composta por Darci e Chitãozinho.
É expressiva a quantidade de duplas sertanejas e cantores que já gravaram canções do guaxupeano. Destaque para Milionário e José Rico, Trio Parada Dura, João Mineiro e Marciano, João Paulo & Daniel, Zezé di Camargo e Luciano, Bruno e Marrone, Victor e Leo, Teodoro & Sampaio, Michel Teló, Sandy e Júnior e outros.
Como cantor, Darci gravou com Santiago e também com Robertinho, que fez dupla com Léo Canhoto, além do parceiro Marciano.

Visitas à terra natal
Darci Rossi voltou diversas vezes a Guaxupé, quando era solteiro e depois que se casou com Sônia Maria. Já trouxe a sogra e filhos para conhecerem a terra natal. “Ele tinha muito orgulho e fazia questão de ser lembrado como guaxupeano”, conta a filha Lisandra.
Além de São Caetano, a família Rossi morou em outros municípios paulistas: Bauru, Campinas e Piraju.  A mudança para Valinhos, em 1998, foi definitiva. A cidade o valorizou com o título de cidadão honorário e o diploma de Mérito Cultural e Artístico Adoniran Barbosa. Em 2017, aos 70 anos, Darci teve uma infecção pulmonar que o levou a óbito. Foi sepultado em Valinhos.
Ser compositor de músicas sertanejas românticas era uma segunda profissão. Darci teve vários negócios, especialmente concessionárias de veículos. Ele só começou a viver de música a partir dos 50 anos. Lisandra informa que o pai nunca teve interesse em ser apenas artista/compositor. Por isso, priorizava outras profissões.
“Da vida artística, ele levava o orgulho de ser importante para a carreira e ser amigo de grandes cantores, como Chitãozinho, Xororó, Marciano, José Rico, Milionário, Cézar, Paulinho, Ataíde, Alexandre, entre muitos outros. Nunca sonhou com essa profissão e atribuía a Deus a realização dessa carreira. Felicidade era ter a família perto dele”, conclui Lisandra.
Darci e Sônia tiveram quatro filhos: Marcelo, Elton, Lisandra e Fernanda. Se estivesse vivo, o guaxupeano teria hoje seis netos: Eloá, Enzo, Laís, Theo, Rachel e Isabella.
Dois filhos de Darci optaram pela carreira artística. Marcelo escolheu o nome Marcel Rossi. Fernanda preferiu o nome da mãe: Natércia Rossi. Além do grande acervo de canções do pai, Darci deixou músicas inéditas e a herança de como se faz canções populares de grande sucesso. (Silvio Reis)

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