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Falecimentos

Morre o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, aos 86 anos

quinta-feira, 29 de junho de 2023
Morre o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, aos 86 anos O ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, que faleceu nesta quinta-feira, 29, aos 86 anos (Foto: Jeferson Rudy/Agência Senado)

O governador de Minas, Romeu Zema, decretará Luto Oficial por três dias

Morreu nesta quinta-feira, 29, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, aos 86 anos. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), entidade que Paolinelli presidia, o ex-ministro apresentou complicações após uma cirurgia para colocar uma prótese no fêmur e chegou a ficar quase 30 dias internado no Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte.

“Paolinelli foi uma figura ímpar no campo da agricultura brasileira, deixando um legado significativo para o setor. Sua trajetória exemplar como engenheiro agrônomo, pesquisador e líder inspirou gerações de profissionais e contribuiu de forma inestimável para o desenvolvimento agrícola do país”, destacou a associação, em nota de pesar.

Nascido em 10 de julho de 1936 Bambuí (MG), Paolinelli deixou sua cidade natal aos 15 anos para cursar o ensino médio em Lavras (MG), onde também se formou engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura de Lavras. Em 1971, foi convidado para assumir a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais com o desafio de implantar uma nova matriz produtiva no estado.

Paolinelli assumiu o Ministério da Agricultura no governo de Ernesto Geisel em março de 1974 e abriu um período de políticas para o setor e para o desenvolvimento do Centro-Oeste brasileiro. Priorizou a ciência e estruturou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criada na gestão do ex-ministro da Agricultura Cirne Lima, em 1972.

Além das realizações no campo político, em 2006, seu trabalho no estudo do potencial agrícola do Cerrado associado à segurança alimentar e ao desenvolvimento sustentável foram premiados com o World Food Prize.  

Fundou, em 2012, o Fórum do Futuro, voltado ao debate sobre o desenvolvimento sustentável, com foco em inovação, tecnologia e pesquisa. Estava à frente do Projeto Biomas Tropicais, que oferece um novo caminho para a produção alimentar, preconizando a precedência da ciência na definição dos limites de uso sustentável dos recursos de cada bioma, antes do seu uso econômico.

 
Nota de pesar
É com imensa tristeza que o governador Romeu Zema lamenta a morte do professor, engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura do Brasil, Alysson Paolinelli (1936-2023).  O professor de 86 anos, nascido em Bambuí, na região Centro-Oeste de Minas, deixa a esposa, Marisa Gonzaga, e um imenso legado para a agricultura do Brasil e do mundo. Em função do falecimento de Paolinelli, o governador de Minas, Romeu Zema, decretará Luto Oficial por três dias.

“Perdemos, hoje, um grande mineiro: o ex-ministro Alysson Paolinelli. Com toda a certeza, ele foi um dos maiores nomes que a agricultura brasileira já teve. Se o agro, hoje, no Brasil é essa potência, isso se deve, em boa parte, a ele. Tive a satisfação de conviver e aprender muito com ele. O que posso desejar nesse momento é que ele descanse em paz. O seu legado continua aqui. Fará muita falta”, disse Romeu Zema.

Paolinelli foi ex-secretário da Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades (1971-1974 | 1991-1994 | 1995-1998). Durante sua primeira gestão, idealizou e coordenou a implementação de uma nova matriz produtiva baseada em um modelo sustentável, unindo novas tecnologias a incentivos de políticas de crédito para estimular a modernização da agricultura mineira. Com essa política, transformou Minas Gerais no maior produtor de café do país, ao alavancar o desenvolvimento de plantações no Cerrado mineiro, por meio de novas técnicas de plantio desenvolvidas pela 
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com as Universidades Federais de Lavras e Viçosa.

Também atuou como ministro da Agricultura (1974-1979), quando realizou a chamada Revolução Verde no Brasil, ao levar a experiência em Minas para outras regiões do país, transformando a até então improdutiva área do bioma do Cerrado brasileiro em um dos principais polos de produção de alimentos do país. Essa política lhe rendeu a premiação do World Food Prize (2006), a maior condecoração da agricultura no mundo. Paolinelli também ficou conhecido por defender a prática da plantação intercalada, ora voltada à determinada cultura de plantio, ora usada para pastagens, fortalecendo a manutenção nutritiva dos solos a longo prazo.

O professor ainda exerceu importante participação legislativa, ao ser eleito para o mandato de deputado federal constituinte, em Brasília, entre 1987 e 1991. Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por dois anos consecutivos, em 2021 e 2022, como reconhecimento de uma carreira voltada para produções sustentáveis e modernas, tendo participação singular no desenvolvimento de políticas para alavancar o desenvolvimento da agricultura do país e melhorar a qualidade nutricional da vida de milhões de brasileiros.

O legado que deixou em vida para as gerações futuras serve hoje de alento para os amigos e familiares que sofrem com essa perda.

Governo de Minas ofereceu à família de Alysson Paolinelli o Palácio da Liberdade para o velório.
 
Serviço
O velório será aberto ao público em geral a partir das 15h00 e segue até as 9h30 de sexta-feira, 3. O enterro, reservado para familiares, será às 11h00 no Cemitério Parque da Colina.
 
Data: 29/6/2023 (quinta-feira)
 
Horário: 13h00 (horário de chegada da imprensa - credenciamento no local)
 
Local: Palácio da Liberdade - Praça da Liberdade, s/nº - Belo Horizonte (MG)
 
Obs.: O acesso da imprensa será feito, a pé, pela entrada lateral, na Avenida Cristóvão Colombo.
(Com Agência Brasil/Agência Minas)

 

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