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Após quase duas semanas fechado, Armazém volta a atender produtores em Muzambinho

quinta-feira, 10 de setembro de 2020
Após quase duas semanas fechado, Armazém volta a atender produtores em Muzambinho Produtores formam fila em frente de café que fechou as portas em Muzambinho (Foto: Reprodução EPTV)

Empresa reabriu nesta quinta-feira e passou a atender produtores, que estão com medo de perder café depositado

Produtores de café de Muzambinho acordaram cedo e foram para a porta do armazém da empresa Grão Verde, que reabriu nesta quinta-feira, 10, depois de mais de uma semana fechado. Eles querem saber o que vai acontecer com o café que está depositado na empresa e como e quando pagamentos de negócios feitos com o armazém voltarão a acontecer.
Muitos produtores madrugaram na fila esperando atendimento e, logo pela manhã, eles começaram a ser atendidos de forma individual. A empresa passou a distribuir senhas e disse que irá atender 30 cafeicultores por dia. Até por volta de meio-dia desta quinta-feira, apenas 13 produtores tinham sido atendidos.
O próprio dono conversou com cada um dos produtores e disse que os pagamentos serão feitos em juízo, mas não deu um prazo para os pagamentos e não explicou como ele será feito.
Pelo menos 300 produtores procuraram dois sindicatos para um levantamento de quantas sacas de café existiam no armazém.
"O sindicato ajuizou nesta manhã uma ação pedindo a documentação do produtor que comprova através das notas fiscais de remessa e venda desse café e também o bloqueio das sacas de café que estão juntas ao armazém", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares, Cleber Marcon
O dono da empresa, Claudinei Monteveli, não quis dar entrevista. Ele prometeu enviar um vídeo dando esclarecimentos sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem, o material não havia chegado.

O impasse
Há quase duas semanas, os produtores têm ido até a porta do armazém para saber sobre a comercialização do café deixado na empresa. Os produtores dizem que alguns pagamentos já venceram e até agora não tiveram retorno sobre isso. Sem respostas, um cafeicultor chegou a dar um tiro no armazém. A Polícia Civil investiga o caso.
No dia 31 de agosto, alguns produtores chegaram a ser recebidos pelo proprietário, que disse que o problema estava na emissão de notas fiscais e por isso os valores não tinham sido pagos.
Produtores de outras cidades também estão preocupados com a suspensão de pagamentos da empresa. Além de Muzambinho, ela também atua em Cabo Verde e Botelhos. No entanto, a situação é um pouco mais controlada nessas duas cidades.
Produtores de Botelhos estiveram em frente à sede da empresa na cidade para buscar mais informações sobre o que está acontecendo. A Polícia Militar acompanhou a conversa e um funcionário da empresa também falou com os produtores.
Já em Cabo Verde, a empresa continuava de portas abertas, mas apenas para receber os produtores, não há negociação.
A Grão Verde divulgou uma nota em que afirma que sofreu com os impactos da pandemia e que não vai medir esforços para pagar todas as pessoas, colocando até mesmo o patrimônio físico e jurídico dos acionistas para salvar as dívidas. (G1)

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