Guaxupé, domingo, 28 de abril de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

Todas as vezes

sábado, 11 de novembro de 2023
Todas as vezes Foto: Screenshot

"Todas as vezes que fizestes isso a um destes pequeninos que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!"  Jesus Cristo (Mateus 25, 40)
 
 
Um homem que se considerava cristão, gostava de pronunciar aos seus familiares e bons amigos a frase de Jesus de Nazaré registrada no Evangelho de São Mateus.
 
O homem queria mostrar a todos as seleções da segurança da alma, de acordo com Jesus: ter um coração compassivo, misericordioso, que se comove e ajuda alguém em sofrimento real.
 
"Todas as vezes", disse Jesus.
E não "de vez em quando".
 
Mas um dia este homem foi colocado à prova de sua suposta fé e conduta. Ele estava numa lanchonete com sua filha. Depois de satisfeitos com o lanche, o suco e a sobremesa, apareceu na porta da lanchonete um mendigo pedindo alguma coisa para comer, pois já fazia dois dias que não comia nada.
 
A resposta imediata do homem foi que não tinha dinheiro para ajudar. Mentiu.
 
O mendigo olhou para a filha daquele homem e a menina ficou olhando para o mendigo. A cena retratou exatamente o relato do Evangelho. Uns de barriga cheia, satisfeitos e felizes, e outro de estômago vazio, sentindo a dor da fome e da indiferença, na angústia de sua alma.
 
O mendigo não tinha nada para comer, e o homem não lhe deu comida, apesar de poder ter feito alguma coisa.
 
No alerta de Jesus, este homem, mesmo anunciando o Evangelho, seria considerado pelo Mestre, no dia do juízo universal, um maldito desconhecido, porque ignorou alguém com fome.
 
Apareceu uma boa sorte do mendigo: No mesmo instante em que foi ignorado pelo homem, recebeu de uma mulher, que também estava ali comendo, o resto de seu lanche. 
 
A mulher se comoveu e partilhou.
 
Um resto... Mas que foi rapidamente devorado pelo mendigo. Pode não ter saciado completamente a sua grande fome, mas ele deu um rápido rompimento. 
 
Quem tem fome tem pressa.
 
Para a mulher foi o resto.
Para o mendigo pode ter sido um banquete!
 
E para o homem, um peso na sua consciência. 
Foi dormir com esse barulho. 
 
Será que ele se arrependeu?
Ele sabia da passagem bíblica. Conhecia o ensinamento de Jesus.
Tinha conhecimento o suficiente para saber que o ensino de Cristo é da ordem prática, e não teórico. 
 
E você?
Você é capaz de estender a mão diante de alguém em sofrimento real?
 
Muitos hoje em dia ficam com dúvidas sobre ajudar ou não ajudar. Uma dúvida sincera. É claro, porque existem muitos indivíduos mal intencionados por aí, malandros, gente fingindo, mentindo, querendo apenas usar drogas, e não aceitando ajuda de nenhuma instituição de reabilitação psicossocial, nem mesmo ajuda da Assistência Social de uma Prefeitura. 
 
Mesmo assim, não é difícil discernir quando a fome é realmente de comida, e quando a sede é realmente de água. Nesses casos, não perca a oportunidade de ajudar sem medo de errar.
 
Um pão, um copo de água, pra quem te fome e sede, é um presente inesquecível. 
 
E podendo acrescentar uma palavra ou mensagem de incentivo, de oportunidade, de possibilidade de mudança de vida, você estará ajudando não somente o corpo de alguém. Tocará também a sua alma.

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