O tempo está acabando
domingo, 30 de julho de 2023
Foto: Divulgação
Muitas pessoas se sentem ameaçadas, pressionadas pelas contingências e, por isso, é como se estivessem sendo assombradas por fantasmas ou demônios que dissessem "O tempo está acabando", em tom de deboche ou zombaria. O sujeito entra num ciclo de frustração diária.
Disso surgem três sintomas: superstição, pânico e depressão.
Note que no término de um século ou na passagem de um milênio, o indivíduo parece tomar mais consciência da sua fragilidade e finitude humana. Isso no sentido coletivo, comunitário, sociológico e histórico, claro. No sentido pessoal, o medo maior é evidentemente na conclusão de uma década.
Nós temos um instinto de sobrevivência e queremos realizar nossos sonhos, queremos nos alegrar em nosso desejo de pertencimento e em nossa esperança de plenitude.
Mas quando o medo toma conta, crescem a ansiedade e a angústia que impedem a pessoa de simplesmente usar a razão, de pensar em coisas evidentes e até engraçadas. Por exemplo: Ninguém entra em crise ao fazer 39 ou 41 anos. Mas fica assustada e preocupada ao fazer 40. Perceba como a marcação conclusiva de um ciclo gera uma espécie de medo da transitoriedade e especialmente da efemeridade da vida.
O remédio para essa inconsciência é tomar maior consciência da realidade. Usar a razão, e fazer bom uso da fé também. Nem Jesus de Nazaré soube responder essa questão! Cristo não marcou data nenhuma para o fim da vida ou do mundo. Já em relação aos sinais dos tempos, os sinais têm mostrado que o planeta continua girando apesar das dificuldades, e que é melhor viver com justiça, simplicidade e paz, do que causar escândalos por aí...
A prática da justiça, da partilha do abraço e do pão, do estilo de vida simples e da paz, nos felicitam, nos entusiasmam, nos tranquilizam, fazendo a vida valer à pena ser vivida com serenidade e confiança, pois nos dão a certeza de eternidade.
