Guaxupé, quinta-feira, 2 de maio de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

As leis registradas em nosso coração

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
As leis registradas em nosso coração Frei Jorge da Paz (Foto: Divulgação)

Deus é amor, Deus é misericórdia, e Deus é justo. A justiça faz parte do amor. Se no amor não há justiça, então não é amor. Por isso Deus estabeleceu leis, e as colocou em nosso inconsciente, estão registradas em nosso coração, na nossa consciência. O ser humano sabe o que é pecado. Quando peca, erra por malícia, por sem-vergonhice, por maldade, o que significa ausência de Deus na nossa vida.
 
Frei Jorge da Paz
 
 
Pois é...
 
O que dizer?
 
Nada a dizer, nada a acrescentar.
 
Apenas constatar, confirmar as palavras desse sacerdote, Frei Jorge da Paz que, além de sacerdote, é também psicólogo. Por isso, de modo contundente, ele menciona o inconsciente, o coração, a consciência. Quer dizer, a lei da paz está inscrita em toda dimensão humana: corpo, alma, espírito, convivência e comunhão.
 
Está ficando cada vez mais raro vermos sacerdotes coerentes com a sagrada missão que receberam. Frei Jorge da Paz é uma exceção em nossos dias. O que mais temos visto por aí é sacerdote preocupado em mostrar o rosto esticado pela plástica, se exibindo com roupas de grife, ostentando privilégios, do que anunciar a mais eficaz proposta de relacionamento interpessoal, conhecida pelo nome de Evangelho, dita pelo Mestre de Nazaré, Jesus.
 
Quem sabe, nesta próxima celebração da orgia e da libertinagem, o carnaval, onde muitos indivíduos acham bonitinho e inofensivo comemorar, algumas pessoas tenham a coragem de se afastar. Quem sabe.
 
Se o carnaval fosse apenas brincadeira saudável, mas não é; se o carnaval fosse apenas dança bonita, mas não é; se o carnaval fosse apenas uma festa à fantasia, mas não é; se o carnaval fosse apenas música alegre, mas não é; se no carnaval o respeito ao sagrado estivesse presente, mas não está; se no carnaval estivesse preservada a ética familiar, mas não está...
 
Enfim, se o carnaval fosse uma festa sadia, mas não é, poderia até ser uma festa recomendada – mas não pode ser.
 
Carnaval: abuso de álcool e de todas as demais drogas, vexame de conduta escancarada, perversidade sexual explícita, danos à saúde física e mental, zombaria ao sagrado, palavrões, quebradeiras, lixo, sujeiras, mortes. Olha só que beleza! Sem dúvida o Diabo dá gargalhadas.
 
Lá pro final do ano, por volta do mês de novembro, surge o nascimento de novas crianças, filhas de adolescentes e jovens que passaram pela libertinagem do carnaval. As crianças, inocentes, nascem e, muitas vezes, a genitora nem sabe quem é o pai da criança, pois se relacionou sexualmente com vários homens nesse maldito carnaval, onde tudo é permitido, onde “é proibido proibir” – maldita frase.
 
E, depois, claro, a turminha aparece na Igreja com a maior “cara de pau” pra pedir perdão a Deus por ter frequentado a tal festa. Vão lá se confessar com os padres.
 
Houve sincero arrependimento? Claro que não. Foi somente participação de um teatrinho dentro da instituição religiosa.
 
Tanto é que no próximo ano a cena ridícula se repetirá – infelizmente.
 
E aqui aparece uma assustadora incoerência, pois muitos padres são até favoráveis ao carnaval!
 
Padrecos favoráveis ao carnaval dizem assim: “Podem ir, desde que vocês deem o bom exemplo.” Diante de explicações ou homilias assim, não sei se o padre é um boçal ou se está sendo sarcástico. É como se ele dissesse: “Olhe, você pode entrar em campo, só não poderá chutar a bola”; “Veja bem, você pode entrar num restaurante, só não poderá comer”. Absurdo! É tão absurdo quanto aquela propaganda que diz assim: “Beba com moderação.” Eu pergunto: Que moderação? Que espécie de engodo publicitário é esse? Estão chamando todo mundo de imbecil! Por quê? Porque o sujeito quer beber exatamente para perder a moderação...
 
Quem lida seriamente com a saúde física, mental e espiritual não pode ser favorável ao carnaval.
 
Mas, no Brasil, falar contra o carnaval é quase um crime.
 
Não, não tenho interesse no moralismo. Apenas registro a perplexidade ao ver que, todo ano, nessa maldita festa, as pessoas se destroem. São poucos, muito poucos, sempre poucos os que se salvam, os que saem ilesos.
 
Minhas sugestões são para que as famílias aproveitem a oportunidade de ficarem mais próximas, cuidarem bem uns dos outros, respeitarem a infância. Tem muita coisa boa, lúcida, lúdica, criativa e saudável pra se fazer em família. Ninguém precisar colocar máscaras. Você homem, seja homem. Você mulher, seja mulher. Vocês família, zelem pelo que vocês tem de mais sagrado.
 
Mas... Minhas sugestões não são acatadas nem pelos meus próprios familiares, evidentemente. Talvez eu seja um E.T.
 
E eu não posso simplesmente dizer “vão vocês e eu ficarei em casa”. Ou seja, se forem, eu precisarei acompanhar, até pra proteger e orientar. Depois, quem sabe, em algum dia ou momento, mesmo depois da minha morte, mais alguém possa também discernir e sair da cena do erro, abandonar o vexame e buscar as coisas do alto... Quem sabe.
 
 

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