Do lado de fora da caixa
segunda-feira, 12 de setembro de 2022
Imagem: Divulgação
A tecnologia é formidável. A sofisticação é atraente.
Verdade...
Mas é verdade também que a tecnologia e a sofisticação têm colaborado com os nossos aprisionamentos.
Nos aprisionamentos domiciliares, vamos vivendo dentro das caixas, nos locomovendo de caixa em caixa.
Fora de casa, mais e mais caixas vão então nos encaixotando ainda mais.
A casa é uma caixa, e dentro dela existem várias outras caixas... Cada cômodo é uma caixa.
Saindo de casa, rapidamente entramos em algum carro, ônibus ou metrô. Caixas.
No local de trabalho, mais caixas.
Onde estivermos, passamos grande parte do tempo olhando para as tampas das caixas, que são as telas de celular, computador e TV, querendo verificar o que há dentro de cada uma dessas caixas.
Na hora do lazer, em lanchonetes, sorveterias, padarias, restaurantes enfim... Mais caixas.
Na hora da fé, nas igrejas, caixas maiores.
Estamos encaixotados.
Estão nos encaixotando.
Por isso, angustiado, nervoso, estressado, ansioso e até desesperado, o indivíduo vem se entristecendo.
A sociedade segue adoecendo.
Daí, o sujeito acredita que, para solucionar essa medonha situação, precisará de medicamentos encontrados dentro das... caixas.
Triste né.
Esse caos poderia ser resolvido de modo simples.
Numa simples conversa honesta, serena, atenciosa, num lugar aconchegante, confortável, simples, cheio de ternura, pleno de vida, de sol ou sombra, de vento, de pássaros, de céu, num canto rico em encanto...
Do lado de fora das caixas.
