Guaxupé, domingo, 28 de abril de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

Guerra: loucura destrutiva

segunda-feira, 7 de março de 2022
Guerra: loucura destrutiva Imagem: Divulgação

Rios de sangue e lágrimas... Crueldade! A guerra semeia morte, destruição e miséria. (Francisco, Bispo de Roma - Papa).
 
 

O que a Psicologia tem a dizer sobre a guerra?
 
Primeiramente, todo ser humano tem, dentro de si, conflitos.
 
Conflitos íntimos quando projetados, externados, expostos, manifestados, podem gerar a guerra.
 
Então onde começa a guerra? A resposta é simples: a guerra começa dentro de nós.
 
A guerra entre irmãos ainda nos causa perplexidade.
 
E não é de agora, nesse triste início do ano de 2022, entre russos e ucranianos, povos irmãos. Não!
 
Tudo começou com Caim e Abel. Irmãos que viviam numa situação praticamente paradisíaca, sem motivação clara para um matar o outro, a não ser os mais primitivos e animalescos instintos anticivilizatórios: inveja, ciúme, orgulho. Caim mata Abel e, depois, covardemente, se esconde.
 
Mas como se esconder de Deus? Impossível. Por isso, Caim, matando, também morreu. Aparentemente vencendo, também perdeu. Note como a violência, o escândalo, a maldade, a perversidade, a guerra enfim, é autofágica.
 
A guerra é sempre um descontrole, um impulso burro.
 
Falando agora das pessoas inocentes, das pessoas pacíficas, de boa vontade e bom coração: Infelizmente não existe recuperação para quem vivencia de perto a guerra. Poderá haver uma cicatrização - apenas. Mas a marca ficará ali, tamanha a violência. O trauma da guerra é para o resto da vida.
 
Os mais comuns traumas da guerra são: síndrome do pânico, paranoia e depressão.Medo. Muitos, inclusive soldados, não conseguem lidar com isso e cometem suicídio. Já outros soldados ficam “viciados em matar”, recusando toda e qualquer forma de ajuda, seja ela espiritual ou psicológica. Querem continuar matando de alguma forma.
 
A pandemia foi considerada uma guerra: o vírus covid-19 atacando a humanidade.
 
Depois, a Rússia invadee ataca a Ucrânia.
 
A guerra continua.
 
A guerra é a pior chaga, o pior podre da história da humanidade. Ela faz fortunas para poucos, embora seja uma fortuna temporária, pois o caminho do ímpio, covarde, canalha e impiedoso malfeitor, é um caminho que invariavelmente e inevitavelmente perecerá.
 
A guerra gera miséria e caos para milhares de pessoas. Note que fabricantes de armas fabricam guerras. São investidos bilhões em armamentos ultrassofisticados. Não fazem isso para guardarem tudo num barracão e exporem de vez em quando. Não gastam tanto dinheiro para que os armamentos fiquem obsoletos. Repito: fabricantes de armas fabricam guerras. Pense nisso!
 
O que se gasta em armamentos daria para alimentar dignamente cada indivíduo no Planeta Terra com três fartas refeições diárias!
 
Seria o fim da fome, o fim da miséria. Mas não há interesse nisso. O que incomoda os grandes líderes não é a fome, nem as doenças, nem o desespero dos mais frágeis, pobres e humildes da sociedade.
 
Os choros e os gritos de medo das crianças não incomodam nem um pouco os grandes líderes ávidos pelo poder, que não tem nada a perder. Eles querem esmagar quem os impedir de realizar seus insanos objetivos.
 
O que incomoda os grandes líderes é quem terá a maior força bélica do mundo, quem terá mais ogivas nucleares de intimidação diante do povo inimigo,quem dominará o mercado, quem chegará primeiro em Martee por aí vai. Não tem fim. Não há limites para a estupidez humana.
 
É um mistério tanta frieza, tanta insensibilidade e tanta maldade. É o mistério da iniquidade, como diria Paulo. Quer dizer: mesmo quando o indivíduo tem a oportunidade de conhecer a Luz, acaba mesmo assim optando pelas trevas (Confira em 2 Tessalonicenses 2, 7).
 
Leia também a respeito da conduta de muitas pessoas – conduta de maldade enquanto sinais evidentes dos últimos dias, em 2 Timóteo 3, 1-5.
 
Jesus também refletiu sobre isso: “A iniquidade se espalhará tanto que o amor de muitos esfriará.” (Confira em Mateus 24, 12).
 
Leia também o que disse Jesus em Lucas 18, 7-8: “E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele dia e noite? Ele os fará esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. O Filho do Homem, porém, quando vier, encontrará fé sobre a terra?”
 
A guerra nos fragiliza, mas ao mesmo tempo, e misteriosamente, nos fortalece.
 
Note que são preceitos de fé, ensinos da Religião, com fortes componentes psicológicos, pois a fé é uma força psíquica.
 
Será que os sociopatas conseguirão matar a fé e a esperança?
 
Quais são as características intrínsecas da personalidade de líderes que declaram guerra, sejam eles de qualquer época, povo ou período histórico?
 
Resposta: impiedade absoluta, loucura destrutiva, frieza, traço sádico, ânsia de poder, pulsão de morte, tanatofilia, profanação, zombaria, sociopatia (criminalidade).
 
Esse tipo de líder pensa: É preciso destruir o inimigo.
 
Começa então a barbárie.
 
Começa e, mesmo que tenha um fim, não acaba.Termina o conflito, porém prosseguirão os traumas da guerra nas gerações futuras.
 
É nesse sentido que certa vez se expressou o filósofo espanhol George Santayana, afirmando que “apenas os mortos viram o fim da guerra”. (Frase, às vezes, erroneamente atribuída a Platão).
 
E o que dizer das crianças e dos jovens com direitos e vontade de viver uma vida feliz, quando são expostos às guerras?
 
As desastrosas e infelizes consequências nas mentes e nos corações dessas crianças e desses jovens sobreviventes costumam ser: Desestruturação de personalidade, sentimento de ódio, dificuldade de socialização, criação de tendência comportamental sociopática, incredulidade, desesperança, apatia, melancolia, anedonia, ansiedade, medo, angústia, estresse.Por que pode acontecer tudo isso? Porque percebem que o mundo adulto, a sociedade de modo geral, em vez de acolher, orientar e proteger, manda matar.
 
O outro lado da realidade também pode ocorrer, claro, embora mais raro: uma espécie de santidade resiliente, uma espiritualidade resistente.
 
Quem são mesmo os nossos inimigos?
 
Para o tolo, o inimigo é o outro ser humano.
 
Já para a lógica de Jesus, o inimigo é Satã.
 
A guerra é a vitória de Satã e de ninguém mais!
 
O Diabo dá gargalhadas com as guerras.
 
No final do Pai Nosso, numa tradução mais próxima do original hebraico, Jesus Cristo disse “livrai-nos de Satanás.”
 
São Pedro deixou bem claro que o nosso inimigo é o Diabo (Confira em 1 Pedro 5, 8).
 
Paulo também explicou bem que o inimigo do ser humano não é outro ser humano. Os inimigos são seres espirituais malignos espalhados pelos ares. Eles são os dominadores deste mundo. Sendo assim, a verdadeira batalha é espiritual (Confira em Efésios 6, 12).
 
Então pense: Se cada habitante da Terra entendesse, confiasse, aceitasse, assimilasse, internalizasse, e especialmente praticasse profundamente isso e, por isso mesmo, se cada habitante da Terra diariamente se dedicasse à oração, à meditação, à contemplação e à gratidão, espalharíamos – todos, e para todos –, uma onda de paz na terra.
 
Uma onda de paz, capaz de aplacar a guerra.
 

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