Guaxupé, sábado, 11 de maio de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

Do desabafo ao depoimento

terça-feira, 18 de maio de 2021
Do desabafo ao depoimento

Vida na terra não é feita somente de momentos de justiça, alegria e paz.
Todos sabemos disso.
Peregrinar nessa nossa dimensão terrestre é também carregar cruz, como bem orientou Jesus.
Se é verdade que preservamos felicidade, é fato também que acumulamos frustrações.
Frustrações acumuladas se transformam em angústias.
Angústia de alma precisa ser, de algum modo, em alguns momentos, elaborada, verbalizada, extravasada.
Por que precisa? Porque se acumularmos demasiadamente angústias, chegará a hora em que todo o conteúdo poderá explodir na forma de fúria, o que denominamos desabafo. A característica do desabafo é o exagero. Exageramos nas palavras e nos gestos, e muita gente sai ferida com essa violência.
Compreendeu bem? Então, note bem: quanto mais pudermos evitar acúmulos de angústias, mais civilizados nos tornaremos. Promotores da paz seremos!
E como fazer para evitarmos acumular angústias?
Precisamos falar e também nos aquietar. Parece contraditório, mas não é. Basta aprender a discernir o momento de fazer uma coisa e depois a outra.
Falar nós fazemos com uma pessoa afetuosa (familiar, bom amigo ou amiga), que deseja verdadeiramente nos ajudar. Escrever também faz bem, afinal, é um bom modo de se expressar. Também é possível falar diante de um profissional da fé (padre, pastor, freira, pastora), ou um analista de comportamento (psicólogo, psiquiatra).
E aquietar? Serenar, fazer silêncio também é sinal de discernimento. Se tem hora pra falar, tem hora pra “fechar a boca.” O silêncio propicia a oração, favorece a meditação e a contemplação. No silêncio muitos pensamentos se organizam e muitas emoções se equilibram.
Portanto, falar e aquietar oportunizam paz interior. Na paz interior, as nossas expressões (verbais e não verbais) vão se tornando cada vez mais e melhor uma manifestação de depoimento, e não uma explosão vulcânica de desabafo. No desabafo, destruímos coisas e relações. No depoimento, edificamos e fortalecemos.


 

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