Guaxupé, sexta-feira, 26 de abril de 2024
Lenine Martins Faria e Rodrigo Fernando Ribeiro
Lenine Martins Faria e Rodrigo Fernando Ribeiro EducaMente Lenine é pedagoga e Rodrigo é psicólogo (CRP-04/26033). Rodrigo atua em Guaxupé e Guaranésia, Lenine em Guaranésia.

Liberdade, permissividade e libertinagem

quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Liberdade, permissividade e libertinagem

Com a palavra, a pedagoga Lenine Martins Faria

O que é a liberdade? É o poder de se expressar?  Fazer o que bem entende?  Dizer tudo o que pensa, no momento que deseja?
O conceito de liberdade é amplo, depende do contexto que estamos inseridos, do que precisamos, do modo que vivemos e do que acreditamos.
A liberdade está relacionada à capacidade da pessoa em agir por si própria, ter independência e autonomia para fazer suas escolhas, dar sua opinião.
Será que somos totalmente livres? Desde que vivemos em sociedade estamos condicionados a uma série de fatores e preceitos sociais. Não vivemos a expressão de sermos totalmente livres, sem freio, sem medidas.
Podemos sim viver nossa liberdade de maneira prudente, consciente e com responsabilidade de todos os nossos atos. A minha liberdade começa quando respeito o direito do outro, ou cumpro com meu papel de cidadão.
Permissividade pode ser uma característica da pessoa em ser mais flexível e tolerante. É a capacidade em aceitar as coisas sem tanta rigorosidade, de perdoar com mais facilidade, de viver bem com suas escolhas e com as pessoas de modo geral. O dia a dia nos pede esta flexibilização, nos pede para viver de maneira mais leve. Temos apenas que ter o cuidado de viver esta permissividade na medida certa, na dose em que você permite, mas não se sente ultrapassado nos seus valores; é quando você é firme a um princípio, impõe seu limite, mas trata o contraditório de forma respeitosa, com generosidade, sem desavenças.  Ser permissivo a modo de levar uma vida mais amena, sem muitas cobranças. Sabendo que a semente que você planta, dará ou não bons frutos, pois a semeadura é livre, mas a colheita, obrigatória. No fim, na liberdade ou na permissividade, deveremos julgar menos, acolher mais... Na lógica da vida quanto mais respeitamos e tratamos bem, mais seremos respeitados e bem tratados.

Com a palavra, o psicólogo Rodrigo Fernando Ribeiro


Tudo posso, mas nem tudo me convém.
Quem disse isso foi o apóstolo Paulo.
E Paulo disse mais: afirmou que muitas vezes não conseguia fazer o bem que queria, mas o mal que não queria. E assumia ser muitas vezes assim, em função do pecado que o habitava.
De fato, cada ser humano tem dentro de si luz e trevas, trigo e joio, sanidade e demência, cordeiro e lobo.
Na tradição judaico-cristã, há uma explicação: o mal entrou no mundo pelo pecado da desobediência cometido por Adão e Eva; em seguida, a coisa piorou. Um assassinato. Um irmão matou o outro. Caim mata Abel.
Sendo assim, todo ser humano, desde a infância, já carrega os traços maléficos do pecado, do mal, desta inclinação à perversidade, e carrega isso por herança, especialmente no caso da criança, afinal, criança não comete pecado nenhum, é inocente, mas já existe dentro dela, por herança, a tendência de fazer maldades. Por isso, muitas igrejas cristãs batizam crianças, para proteger a alma delas o quanto antes das investidas do mal.
Jesus falou que quem conhecesse a Verdade, seria libertado! Libertado das amarras, das couraças, das mordaças, da alienação, da opressão, da possessão, da alienação, da superstição.
A liberdade só tem sentido proveitoso e significado civilizatório quando alicerçada no respeito. Respeitar pode significar permitir algumas coisas, saber discernir para poder dizer sim quando possível, e não quando necessário.
Liberdade e permissividade podem caminhar juntas, sem grandes conflitos.
Outra coisa é a libertinagem, uma afronta tanto à liberdade quanto à flexibilidade de algumas palavras e condutas.
Muitos ainda confundem liberdade com libertinagem. Libertinagem não é liberdade. O libertino é aquele tipo de indivíduo que diz assim: “Faço o que quero, a vida é minha, ninguém tem nada a ver com isso.” O sujeito libertino é um zombador, escarnecedor, irresponsável, imprudente, covarde e até criminoso.
Por outro lado, quem entendeu verdadeiramente o significado sagrado da palavra liberdade, vive com mais civilidade, confiança e serenidade... É luz em meio às trevas. É sal que tempera bem, e realça o gosto dos alimentos.

 

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