ABRIL LARANJA - Maus-tratos aos animais, como denunciar?
sábado, 15 de abril de 2023
Abril é um mês importante no calendário pet, nele buscamos falar sobre os atos de Crueldade Contra os Animais, para informar a população sobre os Direitos dos Animais e capacitar as pessoas para reconhecer quando os animais precisam de ajuda. Alguns acreditam que os animais “servem” apenas para nos fazer companhia e outros acham que eles podem também ser usados para serviços pesados e como alimento. Mas, entre usar o necessário e abusar da natureza dos animais há uma grande diferença.
Para compreender bem o que diferencia o abuso do bem estar do animal precisamos recordar o que é bem estar animal. Para viverem de forma digna, os animais precisam ter atendidas 5 liberdades estabelecidas por estudiosos de Bem-Estar Animal. São elas:
1- Estar livre de fome e de sede;
2- Livre de desconforto;
3- Livre de dor, ferimentos e doenças;
4- Livre para expressar o comportamento normal da espécie;
5- Livre de medo e angústia.
Então, se os animais não receberem os cuidados necessários estão sofrendo maus-tratos. Entre os tipos de abuso mais comuns em nossa cidade estão falta de alimentação e água, falta de higiene, agressão física, acorrentamento, não cuidar de animais doentes e o abuso sexual. Os animais são os entes mais fracos da nossa família, o que faz com que constantemente eles sejam expostos a situações de abuso silencioso. Então, pesquisadores descobriram que animais maltratados são como sentinelas de outros abusos nas famílias. Isto foi comprovado pela Teoria do Link, que verificou que na maioria das residências onde os animais sofriam violência doméstica existia também a crueldade a seres humanos "mais fracos". Ou seja, um animal maltratado é um alerta de que existem pessoas agressivas naquela casa, geralmente crianças, idosos e mulheres.
No Brasil existem leis de crimes ambientais muito bem escritas e algumas prevêem a prisão para quem maltrara os animais de companhia, como cães e gatos - a lei tende a ser mais branda contra os maus-tratos aos animais de fazenda, como bois, cavalos, galinhas e ovelhas, mas nos casos de maus tratos a animais de fazenda recomendamos ainda a denúncia, para a avaliação da polícia e dos juizados. O grande desafio ainda é fazer com que essas leis sejam cumpridas. Contamos com o apoio das polícias e da promotoria para resolver casos de agressão aos animais, mas para isso são exigidas algumas condições.
1. Deve haver a denúncia das pessoas que presenciaram o fato;
2. A crueldade contra o animal deve ser constatada pelo médico veterinário da prefeitura;
3. O último passo é a apreensão do animal e destino ao proprietário temporário ou definitivo.
Para que o animal seja socorrido é preciso ter para onde levá-lo, um lar temporário ou definitivo, porque a prefeitura não tem local para levar estes animais. Na teoria, a lei funciona muito bem, mas na prática acaba ficando difícil, poucas pessoas estão dispostas a receber animais fragilizados. A maioria das pessoas quer ter um animal de estimação perfeito. Animais que sofreram crueldade podem não estar tão bonitos, às vezes estão magros, tristes e doentes. Eles precisam de alguém que dê carinho e os ame até o fim de suas vidas, mas nem sempre encontram. Na maioria dos casos de apreensão pela polícia, eles são acolhidos por pessoas que se sensibilizaram com a situação deles e é isso que procuramos na medida do possível estimular.
Para nós refletirmos, os animais que se encontram abandonados estão sofrendo maus tratos se considerarmos as 5 liberdades que promovem o bem estar animal. Quem é o responsável por estes animais? Quem deve acolher e cuidar deles? Eu me faço constantemente esta pergunta desde que comecei a trabalhar com animais de rua. Pois nós, do grupo de voluntários, buscamos soluções, às vezes encontramos voluntários que ajudam, mas os abandonos são muitos e parece que só estamos enxugando gelo. Talvez só um mês para discutir essa questão esteja sendo pouco…
Se você identificou algum caso de maus-tratos, procure a Secretaria de Meio Ambiente de Guaxupé, que fica na rua Cel. Joaquim Costa, 183 - Centro ou pelo WhatsApp ou no telefone fixo 3551-8007. Outro canal que acolhe essas denúncias de maus-tratos é a Polícia Ambiental, que atende no telefone/WhatsApp 99710-0349 e, nos plantões, lá as denúncias podem ser feitas de forma anônima. Se você gosta dos animais, diga não aos maus-tratos!
