Guaxupé, quinta-feira, 2 de maio de 2024
Cairbar Alves de Souza
Cairbar Alves de Souza Cantinho Mineiro Advogado e Escritor

Desapego

sábado, 15 de agosto de 2020
Desapego Em Brasília há o Vale do Amanhecer, onde foi fundada uma colônia, e não há transação de dinheiro, bebidas alcoólicas e nem sexo desenfreado (Foto: Metrópoles)

A mente apegada a fatos, acontecimentos e pessoas é incapaz de perceber a sua essência. Aquele que está agarrado ao “ego” está vazio do “sagrado”; aquele que se liberta do “ego” descobre que sempre esteve repleto do “sagrado”.
Quando alguém passa silenciosamente por um desfiladeiro, percebe o sussurrar de sons distintos que repercutem através dos ventos nas pedras e árvores.
Sempre fui muito chegado ao Laércio Cruvinel, colega de Banco do Brasil, tanto que trabalhamos na Direção Geral do Banco em Brasília, por vários anos.
Brasília é um tanto esotérica, lá havia inclusive um chamado Campo de Aviação, onde um general Uchoa fez o aeroporto para recepcionar Ovnis.
Há também um lugar em Brasília chamado Vale do Amanhecer, onde foi fundada uma colônia, por uma isoterista denominada Tia Neiva, já falecida, mas que seus descendentes tomam conta dela. Interessante ressaltar que no local não há transação de dinheiro, nem bebidas alcoólicas, nem sexo desenfreado. Alimentam-se do que plantam. Vivem em uma verdadeira comunidade.
De certa feita, Laércio me convidou para irmos até um lugar lá em Brasília chamado Marco Zero, onde, segundo ele, era para ser o centro de Brasília, mas que, afinal, deixou de sê-lo porque Brasília necessitava de muita água, já que lá a secura chega a ser comparada com a secura do Deserto de Saara. Daí a criação do Lago Paranoá e o aspecto de que todos os edifícios públicos de Brasília possuem água em seu entorno.
Muito bem, chegamos no famoso Marco Zero, daí ficamos em silêncio e, por incrível que pareça, ficamos por alguns instantes escutando o famoso Silêncio. É um lugar incrivelmente misterioso. É um silêncio diferente.
Tal fato fez com que nos ficássemos por vários minutos apenas em silêncio, para recepção daquele silêncio super misterioso.
O fato fez com que agora nesta era de confinamento por causa da atual Pandemia que surpreendeu o mundo inteiro, refletisse naquele silêncio misterioso, onde percebemos a nossa verdadeira essência.
Muitos de nós, hoje, em consequência do confinamento, ficamos depressivos, refletindo no que realmente somos. Felizes daqueles que acreditam em uma outra existência, além da física, que chega a ser a verdadeira existência. Fico penalizado com aqueles que descreem em uma existência espiritual. Suas vidas são vazias.
E precisamos realmente respeitar o confinamento, evitando aglomerações. Vamos exemplificar. Havia um famoso espírita em Sacramento/MG, chamado Eurípedes Barçanulfo, possuidor de uma mediunidade excepcional.
No entanto, quando da eclosão da gripe espanhola, por volta de 1918, faleceu com pouco mais de 30 anos.
A gripe espanhola era tão perigosa que em São José do Rio Pardo, há relatos impressionantes pelo historiador Rodolfo Del Guerra daquela cidade, dando conta de que ao falecer uma família da gripe, a população se incumbia de queimar a casa dos falecidos com todos os seus pertences.
Por essas e por outras, vamos respeitar o que a ciência nos pede na atual pandemia, principalmente em nosso confinamento e respeitando outras diretrizes, como o uso de máscara, por exemplo.

“O indivíduo desapegado participa com a família e com toda a comunidade de um relacionamento saudável e espontâneo. Não vive atado aos vínculos doentios da “ansiedade de separação”, pois crê plenamente que a lei das vidas sucessivas não destrói os laços da afetividade, antes os entende a um número cada vez maior de pessoas e também por toda a humanidade”.

Vamos refletir.
 
Inspirado no livro Os prazeres da alma, de Hammed.

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