Neste sábado, Cine 14 Bis passa documentário gratuito e polêmico de diretor guaxupeano
sexta-feira, 28 de junho de 2024
Cartaz do documentário que será lançado no Cine 14 Bis
Depois manifestações internacionanis do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, em 28 de junho, o Cine 14 Bis de Guaxupé exibe neste sábado, 29, o documentário (Des)iguadade: a homofobia no país da fome. A sessão gratuita é às 19h.
O filme de 50 minutos, escrito e dirigido pelo guaxupeano Otávio Mello, de 19 anos, foi gravado e teve entrevistados em cinco capitais brasileiras: Belo Horizointe, Brasilia, Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro.
Para Otávio, em grandes cidades e metrópoles as desigualdades sociais são mais evidentes do que em municípios com população menor. Ele gravou na periferia dessas capitais.
O foco inicial do doc era registrar a desigualdade no País, com destaque para a fome e pobreza extrema.
No entanto, ao assistir a votação de um projeto de lei no Congresso Nacional, que proibia o casamento homoafetivo, o documentário também priorizou a homofobia.
Na visão do diretor, em vez de congressistas discutirem e volarem soluções para o Brasil deixar de ser o país mais homotransfóbico do mundo, a proibição do casamento homoafetivo foi usada como desvio de prioridades sociais.
“(Des)igualdades...” é o segundo filme de Otávio e teve pré-estreia numa universidade de Varginha.
O lançamento será em Guaxupé, antes de entrar para o YouTube.
O primeiro trabalho do diretor, o curta-metragem documental (Des)governo, superou 100 mil visualizações.
Ativista guaxupeano
Lançado no 14 Bis dias, dias antes da eleição presidencial de 2022, o curta-doc (Des)governo é um registro parcial da gestão Bolsonaro na pandemia, que poderia ter evitado mais de 700 mil mortes pela covid-19.
Residente em Guaxupé e estudante de Economia em Alfenas, Otávio Mello fala das consequências do (Des)governo.
Na época, com 17 anos, ele estudava na Escola Estadual Doutor Benedito Leite Ribeiro.
Pais de alunos ligavam para o “Ginásio” para se queixarem da atuação política de professores em sala de aula.
Foi um tipo de fake news.
Na semana de exibição do filme e da eleição, a vice-diretora levava o aluno cineasta em casa, depois das aulas.
Por enquanto, Otávio Mello não tem projetos para uma divulgação mais ampla e direcionada dos seus dois filmes.
A única certeza é que vai continuar produzindo documentários, que é o formato que ele mais se identifica até então.
Autodidata em audiovisual, ele atribui a identificação com o cinema pelo privilégio de Guaxupé ter o Cine 14 Bis, que tem uma programação atualizada e diversificada.
Para a internet, ele produz videos de caráter político.
A intenção é causar reflexão para temas de grande importância social, como Des)iguadade: a homofobia no país da fome.
(Silvio Reis)