Guaxupé, domingo, 12 de maio de 2024
Agropecuária

Equipamento desenvolvido para a colheita do café pela Cooxupé gerou impacto positivo de R$770 milhões na safra de 2019

terça-feira, 28 de julho de 2020

O uso de um equipamento desenvolvido para a colheita do café pela Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), gerou um impacto positivo de R$ 770 milhões na safra de 2019. A responsável pelo resultado é a derriçadeira costal, tecnologia que multiplica por quatro a produtividade do trabalhador de campo.
Desenvolvida em 1997 por pesquisadores da 
Embrapa Instrumentação, e comercializada a partir de 2004, a derriçadeira foi projetada para cafezais em relevos montanhosos de difícil acesso a colheitadeiras convencionais.
“Ela foi uma revolução. Só quem está há muito tempo no [ramo do] café sabe das dificuldades da colheita nas áreas em que as colhedoras automotrizes ou tracionadas não entram,” relata Mário Ferraz de Araújo, gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé. Ferraz atua há 33 anos na cooperativa, a maior do mundo na cafeicultura, reunindo cerca de 14 mil cooperados, 95% deles pequenos produtores familiares.
Por isso, os resultados promovidos pela derriçadeira impactaram muitas famílias que vivem desse grão. O cálculo dos benefícios de 2019, em cerca de R$ 770 milhões, foi obtido por um 
levantamento coordenado pela pesquisadora da Embrapa Cinthia Cabral da Costa.
Trata-se de uma cadeia importante para a economia nacional. De acordo com o Conselho Nacional do Café (
CNC), ela gera em torno de oito milhões de empregos diretos e indiretos, e está presente em cerca de 300 mil propriedades em 1.500 municípios distribuídos em 16 estados, nas cinco regiões do Brasil.
 
Como funciona a derriçadeira costal
A derriçadora ou derriçadeira (como é chamada no campo) é um aparelho mecânico manejado manualmente e acionado por motor lateral ou costal, que faz vibrar as varetas localizadas na extremidade superior de uma haste, promovendo a queda (derriça) dos frutos. É também chamada de mão mecânica, pela sua aparência semelhante a uma mão humana. Ela substitui a colheita manual, em que o trabalhador usa a mão para puxar o ramo e derrubar o grão. A tecnologia também dispensa o uso de escadas e permite maior produtividade.
É um sistema de operação semelhante ao pneumático, entretanto, um motor de dois tempos é acoplado diretamente à haste, tornando o operador autônomo em relação aos tratores e compressores. O peso total da máquina, atualmente, é menor que 6 kg. O peso maior localiza-se principalmente junto à base, o que torna a máquina relativamente ergonômica utilizando-se alça tiracolo. Essas características permitem que o equipamento trabalhe em terrenos acidentados e culturas adensadas, de forma eficiente, em uma propriedade de pequeno porte. (Embrapa)

Comente, compartilhe!