Guaxupé, sexta-feira, 3 de maio de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

Saudade e fúria - “sabor de vidro e corte”

quinta-feira, 1 de outubro de 2020
Saudade e fúria - “sabor de vidro e corte”

Dificuldades em fazer o bem que se quer, facilidade em fazer o mal que mais detesta.
Mentira transformada em verdade... Trevas sendo mais procuradas e valorizadas que a luz.
Lobo convencendo mais, cordeiro já não comove mais.
De tanto joio plantado, já nem vemos mais o trigo sufocado.
Será a nossa natureza inclinada à concupiscência? Será o mundo ensandecido e abarrotado de propostas permissivas?
Rupturas ao longo do processo de desenvolvimento de um ser humano geram mágoas, frustrações, angústias de alma.
Onde deveria surgir o amor, o desamor cria raízes profundas.
No passar do tempo, todas as vezes em que o indivíduo ferido estiver diante de pessoas ou situações que lhe fizerem recordar – direta ou indiretamente – a ausência da ternura, surge então a saudade do que deveria ter experimentado, mas não viveu.
Acumuladas as mágoas, maiores serão as chances de erupções de fúria, assustando a todos, por ser algo de força desproporcionalmente exagerado ao evento causador do desequilíbrio.
Eis o perigo de sempre da falta de amor.
Qual é o remédio para curar essa doença comportamental senão o próprio amor!
O próprio amor faz crescer o amor próprio e desenvolver o amor pelo próximo.
É assim, perseverantes no amor, que deixaremos de sentir o “sabor de vidro e corte”, pra utilizar aqui uma expressão de Milton Nascimento.
Eis então que nos será revelado: a esperança do reencontro é mais forte que a angústia da saudade.

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