Guaxupé, sábado, 27 de abril de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

Ano novo. Será novo mesmo?

sábado, 30 de dezembro de 2023
Ano novo. Será novo mesmo? Foto: Screenshot

Triste ver a mesma realidade, sempre presente, em muitas pessoas, que insistem em fazer pacto com a doença, a dor, a desordem e a desgraça, todos os anos... Todo fim de ano. Todo início de ano!
 
E fazem tudo isso com deboche, zombaria, escárnio, gargalhadas. 
 
Para piorar, claro, porque tais pessoas sempre fazem de tudo para estragar ainda mais, criam toda essa situação vexatória, insana, suja e pecaminosa, na presença de inocentes e indefesas crianças. As crianças vão observando, e correndo o risco de, um dia, imitar tamanho sarcasmo.
 
A degradação física, moral, mental e espiritual reina nas festas de fim de ano, em milhares de famílias que se comportam como múmias automatizadas.
 
No Natal, alguns indivíduos ficam um pouquinho mais contidos, comedidos, mas somente até a meia-noite. Em seguida, o que se fala e a quantidade do que se ingere, em bebidas alcoólicas, regadas às músicas depravadas e outras drogas, prenunciam a desgraça maior que virá na passagem de ano. 
 
Na festa da passagem de ano, a libertinagem toma conta de milhares de lares, afinal, evidentemente estão todos já começando a se preparar para a desgraça suprema desse país: o carnaval, a festa onde pretendem passar a ideia de que tudo pode, tudo é permitido, não se deve proibir nada e, então, o erro está autorizado. Uma irresponsável inversão de valores. Mais uma vitória de Satã. Essa é a festinha predileta dos cretinos habitantes desse país tropical, que seguem escandalizando as crianças. Cretinos, covardes e criminosos que ferem, na raiz da existência, a dignidade da criança e a sacralidade da família, recebendo todo incentivo e apoio da maioria dos governantes instituídos, além dos apresentadores e das apresentadoras dos malditos programas de auditório, especialmente das emissoras que não têm nenhum compromisso ético, moral e civilizatório com a população. Querem ver a orgia escancarada, gostam da bagunça, incentivam a infidelidade, fomentam a luxúria (lascívia, concupiscência), patrocinam a porcaria. São fábricas de moscas varejeiras. 
 
Mas a multidão gosta, deseja e aplaude!
Mistério da iniquidade...
 
O ser humano tem preferido substituir a alegria pela euforia. 
 
A alegria vem da lucidez, da consciência prudente, da congruente sobriedade, da responsável fidelidade. 
 
Já a euforia é produto podre das drogas, da infidelidade e toda espécie de desrespeito, indiferença e maldade.
 
O ser humano tedioso mata a inteligência, dando lugar à burrice. Que horror. Que horror...
 
Minha crítica foi veemente? Sim. Explico: Em primeiro lugar eu já fui otário. Eu e meus amigos, principalmente na adolescência, época muito perigosa. Todo adolescente tem delírio de onipotência e onisciência. Acha que pode tudo e sabe de todas as coisas. Delírio.
 
Mas quando eu tive o privilégio de ter acesso ao conhecimento e à sabedoria, passando pela dor e angústia de alma, fui me libertando da estupidez, e luto contra ela todos os dias para que eu não volte a me sujar.
 
Na minha profissão, onde lido com doenças mentais, conflitos existenciais, confusões relacionais, perigosas alterações emocionais, ouço e vejo, diariamente, os resultados de toda essa desgraça descrita acima. 
 
Ninguém sai feliz depois de tanto erro cometido e repetido anualmente. Famílias inteiras são feridas. Casamentos são desfeitos. Lares corrompidos. Crianças sofrem maus tratos. 
 
Como ser favorável às essas condutas que nunca se comprometem com a sanidade, saúde e santidade? 
 
A sã Psicologia só pode ser favorável à promoção da saúde! Do mesmo modo que a Religião sadia tem orientado aos seus fiéis exatamente a mesma coisa, há milênios!
 
Por que o ser humano evita realizar suas festividades com decência? Será falta de conhecimento das coisas boas, ou será mal gosto mesmo?
 
Será que os paspalhões realmente não sabem que existem sim centenas e centenas de músicas belíssimas, tanto na letra quanto na melodia, onde é possível cantar sem vulgarizar, dançar sem escandalizar, conviver e partilhar sem prostituir?
 
Será que não vale à pena investir em saúde, equilíbrio, moderação e genuína alegria?
 
Para encerrar, e falando das orientações religiosas na manutenção cuidadosa da vida, citarei alguns preceitos, embora desobedecidos pela multidão, porém claros, precisos e preciosos à nossa verdadeira comunhão e necessária salvação.
 
São preceitos que nos orientam e nos pedem, veementemente, o afastamento daquilo e daqueles que produzirão toda espécie de destruição. Confira, lendo: 
 
● Jó 28, 28;
● Salmo 1 ; 
● 1 Coríntios 15, 33-34;
● Hebreus 12, 1;
● Mateus 6, 13;
● Tiago 1, 13-15;
● 1 Pedro 5, 8.
 
Note que são orientações religiosas, espirituais, com plena e profunda fundamentação psicológica, pois renovam a mente, aperfeiçoam a conduta, melhoram as relações interpessoais, oportunizam respeito, ternura e responsabilidade, edificando uma nova moral e fortalecendo noções práticas de ética à nossa essencial civilidade. 

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