Guaxupé, sexta-feira, 3 de maio de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

Carícias derretem

quinta-feira, 30 de julho de 2020
Carícias derretem Imagem: Divulgação

Mãos habilidosas e amorosas dissolvem, desmancham todos os padrões rígidos e neuróticos de comportamento.
Desde a criança até o idoso, o toque (pele com pele) é necessidade básica para a edificação e manutenção da saúde física, psíquica e espiritual.
Claro que eu estou falando de acolhimento, diálogo, abraço, cafuné, massagem.
Somos seres táteis. Somos mamíferos! Não podemos nos esquecer disso...
O toque respeitoso feito em família é capaz de reduzir ansiedade, diminuir estresse, impedir situações perseverantes de insegurança, melancolia e violência.
O toque repleto de afeto favorece a circulação sanguínea, estimula o coração, amplia e conscientiza a respiração, contribui com o sistema endócrino e com o sistema digestivo, relaxa a musculatura, coopera com a nossa defesa interna, facilita ainda mais a oração, a meditação, a contemplação e a gratidão pela vida!
Mas... Infelizmente o joio se mistura ao trigo, muitas vezes o lobo se disfarça em pele de ovelha. Explico: não tão raro o abuso acontece. A infância é escandalizada, adolescentes são aliciados ao pecado, idosos são maltratados. Quando essas atitudes demoníacas surgem com os aplausos do Diabo, o toque se transforma em desprazer, desgosto e desamor. Aqui passamos a falar em covardia e ação criminosa. Um horror. Uma deturpação satânica de algo tão sagrado.
Quando alguém afirma que sente desconforto ao ser tocado, ou alega até que algumas crianças não gostam do toque, que elas sentem alguma espécie de aversão, pode ter certeza que se trata de falhas ou lacunas no processo de desenvolvimento do amor, ou traumas sofridos em algum momento da vida, onde o toque foi muito mal feito, foi frio, violento. Em situações normais, naturais e saudáveis, o toque afetuoso quando bem realizado, invariavelmente gera bem-estar.
É necessário, portanto, recuperarmos todos a luz divina presente nas carícias que acalmam e aliviam, dão aconchego, paz e felicidade.
O toque amoroso feito por mãos instintivamente habilidosas precisa ser já iniciado na criança, antes mesmo dela deixar o útero materno. Quer dizer: Mamãe e papai já acariciando a barriga e conversando com o bebê. O nenê sentirá tudo! A alma não se esquecerá de nada.
Já na idade maior, todas às vezes que uma pessoa querida estiver em situação de descontrole, desespero ou até fúria, uma maneira eficaz de serenar a situação é oferecer abraço. Oferecer, não forçar, pois forçar abraço poderá piorar ainda mais a situação. Depois de passada a raiva, com ou sem abraço, ouça mais e fale menos. E ao falar, procure ser firme, mas também suave, breve e ponderado nas palavras. Ouvir com atenção e falar com compaixão também é um modo de tocar o coração de uma pessoa.
Será assim, desse modo repleto de afeto, com gestos e palavras, que conseguiremos criar uma onda de paz na terra.

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