Guaxupé, sábado, 27 de abril de 2024
Marco Regis de Almeida Lima
Marco Regis de Almeida Lima Antena Ligada Marco Regis de Almeida Lima é médico, nascido em Guaxupé, foi prefeito de Muzambinho (1989/92; 2005/08) e deputado estadual-MG (1995/98; 1999/2003). E-mail: marco.regis@hotmail.com

Da COP-27 à COPA-22

quinta-feira, 24 de novembro de 2022
Da COP-27 à COPA-22 Foto: Folha UOL/Reprodução

Ciência e Esporte. Clima e Futebol. O Esporte sai das praças das competições e infiltra-se na Ciência. Esta não tem moleza, não se dá ao luxo de brincadeiras. O Esporte é múltiplo e universalizado: peladeiro, amadorístico, de alto rendimento, profissional ou mercenário. A Ciência é multidisciplinar, sendo amadora nas escolas infantis e juvenis, tornando-se profissão vocacional sem dar esperanças pessoais de riqueza para o próprio cientista ou professor de Ciências. A Ciência tem pressa. O esporte pararia o tempo, se pudesse.

Comecemos pela Ciência, que, na atualidade, combate tenazmente um inimigo invisível aos olhos nus humanos – o Coronavírus e sua insidiosa doença: a CoViD-19. Nesta era de profundos conhecimentos e de instantânea comunicação planetária, surpreendida por esta ardilosa enfermidade, pôde a humanidade melhor visualizar e entender a Ciência Teórica, a Ciência Experimental, a Ciência Prática e seus colaboradores, até analfabetos, todos comprometidos, pondo em risco as próprias vidas na salvação de outras vidas. Infelizmente, nestes três anos de contínuas batalhas, a maioria humana sobrevivente poucas lições tirou desses exemplos de solidariedade, da entrega dessa classe de profissionais da Ciência – pesquisadores e cientistas diversos, técnicos de enfermagem, de radiologia e de laboratório, odontólogos, farmacêuticos, bioquímicos, biomédicos, fisioterapeutas, enfermeiros e médicos – e seus colaboradores diversos – seguranças, maqueiros, motoristas, administradores, contadores, recepcionistas, faxineiros, lixeiros, coveiros, zeladores, cuidadores, cozinheiros hospitalares, e, me desculpem, outros que no afã do término deste artigo eu tenha omitido.

Porém, a intenção do desenvolvimento do presente assunto está voltada para um drama que diz respeito ao futuro do planeta e da humanidade, ou seja, as Mudanças Climáticas, nela atuando os cientistas da Climatologia e da Meteorologia. Climatologia é a ciência do clima, enquanto que Meteorologia é a ciência do tempo e da atmosfera em período específico.

O nó da questão reside na redução de emissão dos gases de efeito estufa – GEE – que provocam o aquecimento global, a fim de que a temperatura média mundial, até o final deste Século XXI fique abaixo dos 2º C (dois graus Celsius ou centígrados) em relação à era Pré-Industrial (1860).
Isto posto, vamos voltar à reunião da COP-27, palavra que é resumo de: 27ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, também chamada de Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática – CQNUMC ou, no inglês, UNFCCC, United Nations Framework Convention Climate Change – simplificada para Conferência das Partes, que, neste ano, já foi a 27ª da série. Dela tratamos na edição passada deste semanário, em longo artigo, publicado em versões impressa e digital. Portanto, hoje nos interessa o resultado da COP-27. Apenas lembremos que as três primeiras COPs foram realizadas em Berlim/COP-1/1995, Genéve/COP-2/1996 e Kyoto/COP-3/1997, nesta se estabelecendo diretrizes climáticas para as seguintes – o Protocolo de Kyoto – renovado pelo Acordo do Clima da COP-21/Paris/.

Na realidade, o básico de todas COPs ainda engatinha: a redução dos GEE – cujos três principais são: o dióxido de carbono (CO2), este o mais volumoso e produzido na queima de combustíveis fósseis (petróleo, desmatamento pelas queimadas e uso do carvão fóssil); o metano (CH4), que é excessiva produção na pecuária, na agricultura, nos lixões e aterros sanitários; e o dióxido de nitrogênio (NO2), resultante da queima do óleo diesel, tanto em veículos automotores, também nas siderúrgicas e termoelétricas, sob a forma de Óxido Nítrico (NO) e oxidado na atmosfera para NO2.
DAQUI EM DIANTE, para comodidade e autenticidade será feito um COPIA E COLA, entre aspas, sobre o que foi a COP do Egito, através do jornalismo ambiental, sem fins lucrativos, do “site” fundado em 2014: O ECO. Quem se interessar em melhor conhecer o jornal acesse o “quem somos” do mesmo – oeco.org.br/quem-somos/.

“A 27ª edição da Conferência da ONU sobre o Clima chegou ao fim em Sharm-el-Sheikh, no Egito. As negociações, que se arrastaram até domingo, 20/11, fizeram desta uma das COPs mais longas da história. Ao final, um resultado agridoce, como avalia a repórter Cristiane Prizibisczi, enviada especial de ((o)) eco para cobrir a conferência através de uma bolsa de jornalismo do Climate Change Media Partnership 2022. A grande vitória, sem dúvida, foi o consenso para criação de um fundo de reparação para perdas e danos dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas. O funcionamento do fundo e até quais países participarão dele serão decididos apenas na próxima COP. Não tem nada definido ainda, mas o fato de ter sido criado, ter sido mencionado no texto de capa, que é esse texto final e político da conferência do clima, foi considerado uma vitória porque essa é uma demanda que já existe há 30 anos, principalmente dos países insulares, comenta Cristiane Pribisczi no último “podcast” especial de ((o)) eco sobre a COP 27”.

((o)) eco, na sua coluna ANÁLISES, desenvolve algumas repercussões da COP-27, que pinçaremos seletivamente. Acompanhemos o “copia e cola”.

“COP27 termina com uma revolução e três maldições”
A Conferência do Clima na África decide enfim criar fundo para perdas e danos, mas fracassa em atacar o ponto central da crise climática, os combustíveis fósseis. (Publicado originalmente por OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 21 de novembro de 2022). A 27ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas terminou no início da manhã deste domingo, 21, em Sharm El-Sheikh, no Egito, com uma vitória e três derrotas com sabor de maldição do faraó. A vitória, a ser comemorada, é que a ‘COP africana’ concordou em criar um revolucionário fundo para financiar perdas e danos climáticos nos países mais vulneráveis do mundo. No entanto, as divisões de sempre entre países ricos e pobres fizeram com que o encontro terminasse sem um acordo substantivo sobre o que deveria ser o ponto principal de conversa – como acelerar o corte de emissões de modo a evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5oC neste século. [...] O texto da COP27 faz apenas referência, pela primeira vez, a energias renováveis e de ‘baixa emissão’, um jabuti egípcio. Pode parecer um avanço, mas é insuficiente para a ciência e deve acabar justificando uma sobrevida ao gás natural. Com isso, o principal documento político da COP, que os europeus esperavam que fosse um ‘Glasgow Plus’, ou seja, um avanço em relação à COP26, acabou virando o que alguns negociadores chamaram de ‘Glasgow Minus’. [...] SÓ que os países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, tesouraram o programa. Segundo o G77, o bloco de negociação que reúne 130 economias pobres e emergentes, não se pode inventar um novo ciclo de metas para os países, já que o Acordo de Paris estabeleceu que o ajuste coletivo na ambição climática é feito de cinco em cinco anos apenas (mas a qualquer tempo qualquer país pode aumentar a meta de sua NDC, ou Contribuição Nacionalmente Determinada). Para esses países, mexer no calendário das NDCs equivale a renegociar o acordo do clima. O texto acordado em Sharm El-Sheikh para o Programa de Trabalho em Mitigação explicita ele será ‘não-prescritivo e não-punitivo’, além de não impor novas metas.  Ou seja, na prática, não servirá para nada. [...] Em posicionamento divulgado na manhã deste domingo, 21, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a COP27 deu um ‘passo importante’ em direção à justiça para aqueles que fizeram tão pouco para causar a crise climática (incluindo as vítimas das recentes inundações no Paquistão que inundaram um terço do país), mas falhou na questão prioritária da redução de emissões. ‘Precisamos reduzir drasticamente as emissões agora – e essa é uma questão que esta COP não abordou’, declarou Guterres. Um fundo para perdas e danos é essencial, mas não é uma resposta se a crise climática tirar um pequeno país insular do mapa ou transformar um país africano inteiro em deserto. O mundo ainda precisa de um salto gigantesco na ambição climática”.

A caminhada para o fim do nosso mundo é lenta, porém será inexorável se essa legião de Profetas do Clima e autoridades governamentais de todos os países deixarem de se empenhar.

Assim sendo, procuremos nos distrair com o 22º Campeonato Mundial de Futebol da FIFA – do francês, não do inglês, exceto o original “football” como querem os “puxas dos anglo-americanos: Fédération Internationale de Football Association, que vale para o português, Federação Internacional de Futebol Associado. Pela 1ª vez essa competição é realizada no Mundo Árabe, faraônico, sem nada a ver com faraós, a não ser na grandiosidade e no luxo, direcionada e ostentada pelos governantes e sheiks do petróleo. Entretanto, justiça seja feita, um povo disciplinado, obediente ao islamismo, exímios na engenharia e detentores de belíssima cultura. Os EAU – Emirados Árabes Unidos – estão entre os poucos países com programas espaciais que enviaram e pousaram sondas em Marte, tendo feito lançamentos próprios de satélites artificiais.

Sobre a Copa do Mundo em si está na 1ª semana dos jogos. Todavia, dois resultados inesperados, considerados zebras, já aconteceram: a derrota da Argentina para a Arábia Saudita e a da Alemanha para o Japão. Nesta manhã, se enfrentaram os outros dois adversários do grupo a que pertence o Brasil: Suiça 1 x 0 Camarões. PRÁ FRENTE BRASIL. Pena que não possamos usar Camisa amarela para não nos confundirem com os fanáticos bolsonaristas. Nem torcer para o semi-analfabeto, mas bilionário Neymar, que intentou ser um puxador de votos para o atual Presidente da República nas últimas eleições – à maneira da maioria de cantores sertanejos, que nem ouço mais.
         
 
 
 

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