ELEIÇÃO NÃO DEVE SER USADA COMO GUERRA SANTA E SUJA
quinta-feira, 18 de agosto de 2022
Justiça Eleitoral determina retirada de outdoors a favor de Bolsonaro por propaganda irregular em Muzambinho (Foto: Reprodução/EPTV)
Quem acompanhou pela TV Justiça a posse dos novos presidente e vice do TSE –Tribunal Superior Eleitoral – nesta 3ª feira, 16, deve ter percebido a firmeza e a determinação no discurso do novo Ministro-Presidente, Alexandre de Moraes. Aliás, não houve novidade alguma no rumo que Sua Excelência norteou suas palavras. A despeito de antigas ameaças e ofensas à sua pessoa e à Suprema Corte da qual é integrante, ele já vinha conduzindo com destemor e desassombro o Inquérito das ‘Fake News’ no STF – Supremo Tribunal Federal – que já foi um meio de cortar parte das raízes daninhas desse que será um dos maiores desafios no pleito eleitoral que se avizinha. Ele agora assume as rédeas de um outro tribunal superior, o TSE, justamente aquele que cuidará das eleições gerais brasileiras de outubro vindouro. Alexandre Moraes, com experiência de antigo Secretário da Segurança Pública paulista e com bom trânsito nas Forças Armadas, se estriba nas mesmas convicções de combate às manifestações e ações antidemocráticas que tentam ofuscar a lisura e a eficiência do nosso sistema eleitoral.
Ao contrário de outras posses e de outras eleições, o Brasil padece das mesmas ameaças sombrias que dominam as grandes democracias ocidentais da atualidade. Alternância de poder sempre foi uma aspiração das correntes políticas que disputam o jogo democrático. Mas, de repente, como sempre repito nas redes sociais, “hordas de zumbis parecem ter emergido das profundezas do inferno vindo a estremecer a ordem mundial”. Eles não pouparam nem a badalada democracia estadunidense, provocando diversos tremores na inabalável estrutura constitucional da América de origem britânica. O pesadelo por aquelas bandas teve por denominação um bilionário tido e havido como sonegador de impostos: Donald Trump. Ao cabo do seu mandato, revelou-se também um zangado e inconformado perdedor, incentivando a invasão à sede do Congresso Nacional daquele país – o Capitólio, imponente prédio que abriga a Câmara Alta (Senado) e a Câmara Baixa (Deputados Federais), quando cinco mortes aconteceram. Percebam a semelhança e, ao mesmo tempo, as contradições daquilo que ocorreu nos Estados Unidos da América – U.S.A. – com aquilo que intentam no Brasil. Por lá, as denúncias se prendiam à fraude nas eleições, onde grande parte dos seus Estados federados adota cédulas de votação marcadas à mão, enquanto que, aqui, as acusações são contra urnas eletrônicas que, dizem autoridades e entendidos, nenhuma ligação possuem com a internet para serem vulneráveis aos “hackers”. Pode o caro leitor tirar a fácil conclusão de que tentam condenar não as urnas nem as cédulas eleitorais, mas, sim, o resultado das eleições. Lá o Poder Político sucumbiu depois de superadas as manobras e tentativas de manipulação eleitoral. Aqui, não é de hoje que se prevê o fracasso de um Poder de empáfia e truculência, muito mais nos últimos tempos em que as pesquisas eleitorais apontam para o naufrágio dessa gigantesca embarcação de zumbis.
Acabei me enveredando, em parte, para os caminhos pelos quais os atuais governantes do Brasil mais desejam, rotulando-os de “zumbis que brotaram das profundezas do inferno”. Muito mais para rotulá-los de atrasados. Não que eu queira dividir o Mundo, como eles querem, numa falsa divisão dos políticos e da população brasileira entre o Bem e o Mal, uma religião arcaica e ultrapassada, pois, surgiu antes do Cristianismo, na famosa Pérsia de antigamente, 600 anos a.C. (antes de Cristo), ainda hoje professada por minorias naquele País – a República Islâmica do Irã – país que esses mesmos falsos cristãos brasileiros abominam e desrespeitam. Pois é, é esse Bem contra o Mal que setores fundamentalistas do atual Governo Bolsonaro, minorias atrasadas que misturam Política com Religião, insistem em incutir na mente dos brasileiros, tentando nos fazer retroceder ao dualismo religioso da antiga Pérsia, depois transformada em doutrina filosófica pelo também persa Maniqueu sob o nome de maniqueísmo, sempre confrontando o Bom (Deus) e o Mal (Diabo).
Pois, acreditemos que esses maniqueístas ou dualistas continuam a existir por todos os cantos do mundo. Não seria diferente aqui em Muzambinho. Seus adeptos ou seguidores acabam de levantar uma placa – ou “outdoor” – na qual não se limitam a defender suas ideias, mas, tentam demonizar o outro lado que desponta como favorito na disputa eleitoral, conforme pesquisas que vem sendo divulgadas. Percebam que querem transformar Lula em jogo de palavras como Pacto com o Diabo, Drogas e Aborto, enquanto o atual Presidente, defensor da tortura e da ditadura representaria Liberdade, e mesmo estando num 3º casamento é Família e Verdade. Lula governou durante 8 anos e seu governo jamais propôs a liberação de drogas ou leis pelo aborto. Como médico e obstetra posso afirmar que as leis a favor do aborto (estupro; e riscos para a gestante) são muito antigas, dos anos 1940, nem nascidos éramos. Usuários de drogas são a desgraça do mundo moderno, sendo os U.S.A. o país de maior consumo, enquanto países comunistas ou islâmicos tratam traficantes de drogas com pena de morte. Vejam quanta desconexão e mentiras colocadas nesse “outdoor” levantado na Avenida Frei Rafael Zevenhöven.
Todavia, estas eleições não correrão “à la U.S.A.”. O novo Presidente do TSE quer ação dos Ministérios Públicos Eleitorais e respectivos Juízos Eleitorais. Não estaremos sob um Estado policialesco e autoritário. Vencerá quem o povo quiser e, nesse sentido, cada um de nós deverá respeitar o resultado das eleições e cuidar de tocar sua vida. Assim sendo, o “site” Portal da Cidade.com divulgou na noite desta 4ª feira, 17/8: “PROPAGANDA IRREGULAR – JUSTIÇA DETERMINA RETIRADA DE ‘OUTDOORS’ FAVORÁVEIS A BOLSONARO EM MUZAMBINHO”.
