Mundo em convulsão e a esperança da luz
domingo, 16 de agosto de 2020
No caos o mais prudente seria gritar: parem tudo! Os dias são sombrios em meio a retrocessos e obscurantismo. O mundo está em convulsão e o Brasil também sente a sua devastação. Há muita desesperança no ar. A barra está muito pesada, a humanidade se meteu em uma grande embrulhada em sua aventura desumana.
O mar não está para peixe, diria um apreensivo pescador, mas é preciso manter a esperança para seguir remando; do contrário, ficaremos todos estirados à praia, à mercê dos abalos que sacodem o mundo e, de forma absurda, este paisinho que se tornou bem minúsculo.
A cegueira desta época não deixa raiar a luz para o despertar de um novo tempo. Os efeitos da inversão de valores que assola o mundo atual são nefastos e deixam a humanidade desnorteada e sem perspectivas futuras.
O homem está se desintegrando no seu íntimo. Sua desestruturação é tamanha que ele nada mais faz do que se esconder de si mesmo numa fuga desenfreada rumo a lugar nenhum. Suas atitudes são inconsequentes em relação aos seus semelhantes.
O ser humano pós-moderno ora se apresenta como monstro em fúria ora como um cordeiro bem maleável, sem consciência nenhuma de sua própria destruição. Sendo fera ou uma espécie de santo de pau oco, no fundo, ele não quer mesmo é assumir a sua própria identidade de ser decadente. O homem teme encarar a realidade do mundo com os próprios olhos, por isso cria um mundinho particular ao seu redor, com fantasias mirabolantes, sua imbecilidade é tanta que chega até a fazer gesto de arma com a mão. Ele evita tomar atitudes racionais para não sair de sua comodidade de animal em exposição de fim de feira. Essa posição de um falso conforto provoca angústia e dúvidas e deixa-o distante de princípios elementares para uma boa convivência com os seus iguais. Então seus problemas aumentam e as soluções parecem algo inatingível.
Assim chega um momento que é preciso gritar o mais alto possível, tirar lá do fundo da alma, da profundidade do cérebro, o grito final: basta!
O ser humano está completamente nu, despido, principalmente, no seu íntimo, do verdadeiro sentido da vida. Consumido pelo vazio, se entrega cordeiramente ao deus fundamentalista deste final de tempos. Sem articulação nenhuma e desprovido da consciência do fim que o aguarda, segue rastejando em trevas, sem forças para tirar o peso do mundo de suas costas e caminhar com passos firmes e decididos para um futuro de luz. Desfalecido, o pânico se instala a cada gesto alucinado.
A humanidade passa por um tempo crítico de sua existência, mas são nesses momentos conturbados que se faz necessário um mínimo que seja de racionalidade para que ele possa tomar decisões claras que definirão a própria sobrevivência neste mundo em convulsão.
O tempo urge, já não se pode deixar para amanhã os passos que devem ser dados hoje.
Ainda há uma saída e nela está a luz. Infelizmente, a cegueira deste mundo impede que as pessoas vejam o que realmente é importante para que possamos seguir adiante, rumo a um futuro brilhante. Portanto é necessário tomar uma decisão séria e urgente. É preciso encarar o desafio de frente e enfrentar a realidade, mesmo que tal comprometimento custe alguma dor, não dá para caminhar com os pés amarrados.
A escuridão dos dias atuais derruba fracos e fortes, mas não é capaz de tornar o horizonte completamente sem um porvir, pois enquanto há vida, a esperança ainda pulsa. O ser humano precisa rever seus conceitos de vida. Não há nenhuma fórmula mágica para resolver seus problemas, pois cabe a ele tomar a decisão mais importante de sua breve existência neste mundo. É essa atitude que abre o caminho para o nascimento do novo homem.
A conquista do futuro depende do desejo de querer ou não estar na luz. Muitos preferem as trevas, mas o sábio abre a porta e convida a esperança para entrar em sua vida.
Essa decisão tem o poder de mudar o mundo.
