Guaxupé, terça-feira, 30 de abril de 2024
João Júlio da Silva
João Júlio da Silva PAPOENTRELINHAS João Júlio da Silva é jornalista em São José dos Campos (SP), natural de São Pedro da União e criado em Guaxupé. Blog https://papoentrelinhas.wordpress.com

UM ESPECIALISTA EM MATAR E NÃO EM CURAR

sexta-feira, 25 de junho de 2021
UM ESPECIALISTA EM MATAR E NÃO EM CURAR

O país rasteja entre milhares de sepulturas das vítimas do descaso no combate à pandemia do vírus Covid-19, um cenário inconcebível em qualquer país civilizado.
O Brasil já ultrapassou meio milhão de mortos pelo coronavírus, consequência do boicote criminoso à aquisição de vacinas, da defesa da tratamento precoce com medicamento ineficaz contra a doença (a famigerada cloroquina do fraudulento gabinete da morte), da sabotagem de medidas de distanciamento e do uso de máscara.
Portanto, a identidade do grande responsável pelo genocídio é bem conhecida (me recuso a citar a monstruosidade). Há provas relevantes de irresponsabilidade com a saúde pública, tendo como foco a tal “imunidade de rebanho”, uma aberração levada a sério pelo gado verde e amarelo do curralzinho da casa de vidro, que segue rumo ao matadouro, enaltecendo a imbecilidade do negacionismo.Palavras escabrosas: “Eu não sou coveiro. E daí? Quer que eu faça o quê?”. 
Mas, meio milhão de mortos não deve significar nada para um especialista em matar!Isso mesmo, numa entrevista em junho de 2017, quando ainda era um insignificante parlamentar de baixo clero,ao ser questionado sobre a quantidade de projetos de sua autoria que foram aprovados durante o tempo em que esteve no Congresso, o parasita (com dois projetos aprovados) lembrou quedefendeu a aprovação da fosfoetanolamina –chamada de “pílula do câncer”. A substância, tal como a cloroquina no caso do coronavírus, também não tem nenhuma comprovação científica de eficácia no tratamento.
O inepto afirmou que esteve à frente para aprovar a fosfoetanolamina e emendou com todas as letras: “Cura ou não cura, não sei. Sou capitão do Exército, a minha especialidade é matar, não é curar ninguém. Mas apresentei junto com mais alguns colegas e aprovamos. Dá certo ou não dá? Vamos dar a chance daquele que tem o dia marcado para morrer tomar a pílula”. Indagado sobre as declarações, o obtuso acrescentou: “Se eu não fosse preparado para matar, eu não seria militar”.
O texto, criado por 26 deputados, foi aprovado em 8 de março de 2016 com apoio do inominável.A decisão não demorou muito, em maio do mesmo ano, a suprema corte barrou e suspendeu a lei por falta de comprovação da eficácia em testes realizados.Além do desrespeito à vida, deve ser bem lucrativo defender medicamentos sem nenhuma eficácia comprovada!
Defendido pelo desqualificado das trevas, o tal “tratamento precoce” não tem comprovação científica nem é recomendado por especialistas e autoridades sanitárias, diversos estudos já comprovaram que o uso de medicamentos como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina não previnem a Covid-19 e podem até levar sérios riscos à saúde do paciente.
Em meio à tragédia, crente na impunidade, o monstro da casa de vidro continua em campanha eleitoral há mais de três anos, afrontando e intimidando as instituições e os poderes constituídos, em ameaça constante de golpe contra a democracia, com o braço armado de suas milícias politiqueiras, fardadas ou não.Um verdadeiro serial killer de crimes ultrajantes contra o povo, a Constituição e o país.
Mesmo sob riscos da pandemia, as ruas voltaram a gritar pelo fim do desgoverno genocida e em defesa da democracia. Até quando o imprestável de índole perversa ficará blindado por seus comparsas? Se não for impedido, esse ser pernicioso continuará demonstrando sua especialidade em matar e não em curar. Mais de meio milhão de famílias sabem bem a dor do luto por mortes que poderiam ser evitadas, se no comando do país estivesse a racionalidade, o bom senso, e a empatia com a dor do próximo e das mazelas que assolam a nação, do compromisso com a vida. Haja luz!

 

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