Guaxupé, sexta-feira, 19 de abril de 2024
Cairbar Alves de Souza
Cairbar Alves de Souza Cantinho Mineiro Advogado e Escritor

Homenagem a José Elias Cury

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
Homenagem a José Elias Cury José Elias Cury (Foto: Redes Sociais)

Faleceu meu amigo Zé Cury. Fiquei bem triste com a sua ida. O Zé é mais velho que eu poucos anos. Eu tenho 82. O colunista é da turma dos Técnicos em Contabilidade da Academia de Comércio de 1955, ao passo que ele se formou em 1951.
A família deve estar surpresa do colunista falar dele porque ultimamente pouco o via sentadinho na cadeira de sua loja de tecidos e, poucas vezes, passava por lá e batia um papinho com ele.
Mas o relacionamento dele com o articulista data de um tempo em que ele namorava perto de sua loja e o articulista tomava conta da bomboniere A Formiginha, que ficava colada no prédio de sua loja, na Pereira do Nascimento.
O colunista passou grande parte de sua infância na bomboniere onde, por vezes, o Zé parava um pouco para uma conversa. À época, ele e seu pai, Sr. Elias, eram representantes comerciais da fábrica de balas Rezende, de Uberlândia, que fazia uma bala recheada de doce de leite, verdadeira delícia, e representavam também outra firma de Uberaba, que produzia fumo de rolo e a famosa palha de cigarros Pachola, que os descendentes de árabes, inclusive o avô do articulista, João Jacob Miqueri, adoravam.
Uma particularidade do Zé que poucos sabem é que ele era o melhor jogador de sinuca de Guaxupé. À época, um parente do Dr. Domiciano Cordovil Braga, que é originário do Rio de Janeiro, chamado Antônio, e de vez em quando passava férias em Guaxupé, era exímio jogador de sinuca. Ele era magrinho de tanto jogar no Rio de Janeiro. Zé e Antônio faziam memoráveis jogos no Bar do Panos. Muitos ali compareciam para presenciar um verdadeiro jogo de sinuca. Por incrível, às vezes quando um saía jogando, o outro não tinha chance de jogar porque um delescolocava todas as bolas.
Outra habilidade do Zé era a de ser quem melhor tocava tarol em fanfarras. Ele era titular da banda da Academia que, inclusive, numa época que quem tocava surdo era o Pachá Nasser, outro era o Claudinho Borges.
Tais habilidades do Zé talvez não sejam do conhecimento de sua filha Débora, que chorou demais a morte do pai no facebook.
A mãe do Zé era muito exigente e só permitia que a Nadya saísse para o Footing da Avenida aos domingos, depois que arrumasse a cozinha após o jantar. Entram aí várias amigas dela, inclusive minha esposa Wanda e a irmã Wilma, a Glorinha Casarejos e sua irmã Sara, e outras que, em um instante, arrumavam tudo para poderem ir à Avenida o mais rápido possível. Na ocasião, o Zé, sempre gozador, esnobava as meninas.
Aos parentes do Zé: “A morte, como se vê, nada mais é que uma crise, mudança para outro estado, uma passagem da vida da matéria para a vida do espírito, das trevas para a luz, da aparência para a realidade”.
“Em verdade, a morte física não nos tira a vida, mas simplesmente faz com que passemos a transitar por novos caminhos. E como não temos a posse sobre os outros, ou melhor, as pessoas não nos pertencem, a Vida Maior constantemente nos coloca à disposição situações e lugares novos, nos mais diversos planos existenciais, para que possamos nos enriquecer com as múltiplas experiências. Somos nômades do Universo, viajante das vidas sucessivas, na busca do aperfeiçoamento.”
 
 

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