Guaxupé, sexta-feira, 19 de abril de 2024
Homenagem

Historiador guaxupeano presta homenagens

segunda-feira, 11 de outubro de 2021
Historiador guaxupeano presta homenagens

O historiador guaxupeano Wilson Ferraz homenageia os saudosos Amélia Zampar e Dr. Laércio

Amélia Zampar de Brito
 Com a morte de Amélia Zampar de Brito, 86 anos, ocorrida no último dia 7, perdem as colônias austríaca e italiana, radicadas em Guaxupé, uma de suas legítimas representantes.
Vítima de insidiosa moléstia, o seu passamento causou profunda consternação na cidade e, principalmente, em sua família, eis que ela pela sua bondade, pela nobreza de seus sentimentos e pela vida de trabalho digno e honrado, conquistou a estima de todos.
Ela era uma mulher formada nos velhos e austeros princípios da boa família de descendentes de imigrantes e esses atributos ela os implantou no seu lar e entre os que com ela conviveram.
Amélia nasceu na Fazenda Santa Maria, município de Guaxupé, em 7 de maio de 1935, filha de Albino Zampar e de Paula Zavagli Zampar. Foram seus irmãos: Rosa, Angelina, Alzira, Célia, Ana, Antônio, Mário e Vítor. Era neta paterna de Fábio Zampar e de Ângela Pasiana e materna de Giuseppe Zavagli e de Adélia Georgina, patriarcas da numerosa, respeitada e conceituada Família Zampar/Zavagli, com especial destaque na sociedade local.
Ela era irmã do saudoso Mário Zampar, pai de Paulina Zampar Silva, fundadora e diretora deste jornal.
Ela era casada com João Valeriano de Brito e deixa os filhos: João Donizete, Lauro, Lenir e muita saudade.
O irmão de Amélia, Antônio Zampar, que era mais conhecido por Antônio Albino, foi administrador da Fazenda Santa Maria por mais de quatro décadas, sendo sucedido pelo filho, Fábio, e após a morte repentina deste, a administração foi transferida para Sérgio Zampar, que permaneceu à frente dos trabalhos até 2006.
A partir de 2006, os herdeiros do saudoso Dr. João Vitor Magalhães Costa entenderam por bem encerrar as atividades produtivas da fazenda, com o consequente arrendamento das terras para o plantio de cana de açúcar. Foi nestas circunstâncias em que Amélia e sua família, além do irmão Vitor e do sobrinho Sérgio, que se transferiram para a cidade, deixando marcado na história daquela propriedade agrícola um exemplo de amor e dedicação à terra, assim como para o progresso e desenvolvimento de Guaxupé.
Vitor era solteiro, sempre viveu sob a égide de sua irmã, e faleceu em 31 de julho de 2015.
O corpo de Amélia foi velado no Velório Municipal e sepultado no dia seguinte, às 10h30, no Cemitério da Praça da Saudade, com grande acompanhamento.
À família enlutada, as condolências do Jornal da Região.

 
Dr. Laércio, o médico que atestou o óbito do bispo Dom Inácio
Depois de longa e penosa enfermidade, faleceu no último dia 9, aos 96 anos, o médico José Laércio Balbino, o tão popular e conceituado cardiologista Dr. Laércio.
O seu passamento foi uma dessas ocorrências que chocam e produzem as mais dolorosas repercussões, porque o saudoso extinto não foi apenas um médico solícito, humanitário e bom, pois ele foi desses homens que se impõem e que se tornam respeitados pela retidão do caráter, agudeza de independência e grandeza de coração.
Decano dos médicos de Guaxupé, antes da municipalização da saúde pública, raro foi o lar onde ele não foi, muitas vezes para levar o lenitivo e o conforto a muitas dores, quaisquer que fossem as condições dos enfermos, sem a avidez do ganho, porque entendia a medicina como um verdadeiro sacerdócio.
Na sua carreira profissional, trabalhou sem tréguas na Santa Casa de Misericórdia de Guaxupé, vocacionado que era para o grande sacerdócio, com a missão de sarar dores e consolar sofredores.
Foi ele quem assistiu o bispo Dom Inácio João Dal Monte em sua enfermidade e em seus derradeiros momentos, inclusive foi quem emitiu o atestado de óbito, em 29 de maio de 1963.
Após a municipalização da saúde, como médico das unidades básicas, prestou relevantes serviços, onde se tornou querido, respeitado e admirado. Mesmo com a idade avançada, insistia em se manter ativo, porém, por força de lei que regulamenta o serviço público, teve que se aposentar a contra gosto. O fato de ter que interromper a sua nobre missão de caridade e compaixão para com os doentes parece que o levou a um processo de degeneração que, aliado aos percalços da idade, causaram-lhe insidiosa moléstia, culminando com seu óbito no último dia 9.
Ele nasceu em Arceburgo, filho dos saudosos Nicolau Balbino e Dona Guiomar de Barros Balbino.  Era viúvo de Terezinha Ribeiro Balbino e deixa filhos, genros, noras, netos, as irmãs Maria Laura e Maria Aparecida (Mariazinha) e o cunhado Mariberto Remédio, sobrinhos e muita saudade.
Terezinha foi a esposa que vivia exuberando as virtudes morais e cristãs de sua formação, emoldurando o lar com os cuidados de uma sensibilidade jovial e dominadora, na ternura com que envolvia os filhos e no afeto com que inspirou as lidas de seu esposo e sempre solidária com ele na sua missão, no lar e na sociedade, porém faleceu repentinamente,  ainda muito jovem, em 5 de dezembro de 1976.
Em 26 de novembro de 1942, o governador do Estado de Minas Gerais nomeava seu pai, Nicolau Balbino, como escrivão do Cartório do 1º Ofício do Judicial e notas e oficial do Registro de Imóveis da Comarca de Guaxupé, tendo ele sido empossado no cargo no dia 16 do mês seguinte, pelo então juiz diretor do foro, Dr. Eurico da Silva Cunha. Naquela época, o pai do Dr. Laércio contava com 39 anos.
Embora Dr. Laércio tenha se dedicado à medicina durante toda a sua vida, em 7 de fevereiro de 1950, o então juiz de Direito da Comarca de Guaxupé, Dr. Dario Bráulio de Vilhena nomeava-o como escrevente juramentado do Cartório do 1º Ofício e do Registro de Imóveis, cargo que ele ocupou por pouco tempo.
Ele foi um grande colaborador de nossas pesquisas históricas, principalmente nos levantamentos dos índices de causa mortis ao longo de décadas em Guaxupé e sempre nos alertando a respeito do aumento da incidência das neoplasias (câncer) em detrimento das moléstias cárdio-respiratórias.
Portanto, foi com grande pesar que a cidade pranteou a sua morte e será com grande respeito que reverenciaremos a sua memória, porque a sua lembrança viverá imortal, assim como a sua bondade.
Seu corpo foi velado no Velório Municipal e sepultado naquele mesmo dia, no Cemitério da Praça da Saudade, com grande acompanhamento, como uma homenagem póstuma do grande círculo de amizades que ele conquistou em vida.
À família enlutada, as condolências do Jornal da Região. (Homenagem de Maria Luiza Lemos Brasileiro/Wilson Ferraz)

 
 

 

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