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O Reino de Deus

quinta-feira, 25 de novembro de 2021
O Reino de Deus Imagem: Divulgação

“Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim.” (Jesus Cristo) - João 14, 1
 

Quais são as características do Reino de Deus?
A resposta é simples: justiça, paz e felicidade.
Havendo justiça, haverá paz; existindo paz, seremos felizes.
Quem pratica as virtudes do Reino de Deus é de Deus, pertence a Deus, procede de Deus, veio de Deus, está em Deus, eDeus está no indivíduo que se comporta assim, podendo então ser considerado filho de Deus.
Filhos e filhas de Deus são reconhecidos pelos seus frutos, independentemente de adesão à uma instituição. Isso infelizmente não fica tão claro para uma multidão apegada aos grupinhos exclusivistas.
Claro, as instituições existem, elas estão aí, estão espalhadas, elas tem a sua importância, são necessárias na nossa sociedade, mas nenhuma delas é proprietária única e exclusiva de Deus.
Ninguém é dono de Deus!
Deus é Espírito – sopra onde quiser.
Deus não está preso num livro, nem limitado ao ritual, muito menos aprisionado numa caixa fechada colocada num canto do templo.
Deus é transcendente! Sim, Ele está presente no meio de nós, Ele vive dentro de nós, Ele está acima de nós, Ele nos orienta e nos protege. Sim, a matéria está sujeita à Sua Vontade. Deus tudo pode. Ele pode tudo, Ele é o Criador, Ele se fez homem, Ele se fez luz, Ele se fez pão e vinho. A matéria está a serviço de Deus, e Ele pode se tornar o que Ele quiser. Tudo isso é verdade.
Apesar disso, não podemos nos equivocar quanto à Sua essência: Deus é Espírito. É livre! Deus não está encapado, nem ritualizado, nem encaixotado. Quem encapa, ritualiza, encaixota e limita é o ser humano.
Ninguém pode nem consegue impor limites a Deus.
Desse modo, cabe às pessoas inteligentes e sensíveis, questionar a tão conhecida prática tribal e egoísta que se fundamenta naquilo que já conhecemos: “cada um puxa brasa pra sua sardinha.”
Quer dizer: Cada fundador de religião ou seita afirma que a sua própria igreja (ou comunidade, ou “clubinho”) é a melhor e a mais correta do que as demais crenças. E isso gera intermináveis discussões, tediosas argumentações e perigosos ataques verborrágicos ou até pancadaria mesmo. Muito cuidado com isso!
Note que nem Jesus de Nazaré fundou uma religião nova. Você já analisou isso?
Pois é...Jesus nasceu no contexto do judaísmo. Ele era judeu e permaneceu judeu. No entanto, ao fundar ou edificar a sua Igreja, Jesus não estava fundando uma instituição conforme a conhecemos hoje.
As instituições conforme conhecemos hoje foram fundadas por pessoas.
O que então Jesus fez?
Jesus estava chamando todas as pessoas a se renovarem nas mentes e nos corações! Jesus quis pessoas misericordiosas. Repito: pessoas! A pauta de Jesus não era a instituição, não era prédio, não era edifício, não era templo de paredes, tijolos, vitrais e estátuas, não era barracão, nem salão, nem garagem.
Aliás, o discurso mais severo de Jesus foi direcionado justamente aos religiosos instituídos, considerados por Ele enquanto pessoas hipócritas, raça de víboras, sepulcros caiados, gente merecedora do inferno!
A comunidade de Jesus, os irmãos de Jesus, a Família de Jesus, segundo o próprio Jesus, são aqueles que o seguem e obedecem, aqueles que praticam o seu ensinamento, o seu novo mandamento!
O dogma de Jesus é o amor! Podemos encontrar palavras e gestos de amor em pessoas católicas e não católicas, protestantes e não protestantes; podemos encontrar amor em pessoas judaicas, muçulmanas, budistas, hinduístas, espíritas; podemos encontrar amor em agnósticos e ateus. O que importa para Deus é a pessoa, e não a instituição. A instituição tem o dever de instruir corretamente – o que nem sempre acontece. Existem muitos abusos, muitas enganações, diversificadas superstições. Geralmente as instituições querem manter a massa de manobra acéfala para garantir o equilíbrio das finanças.
Deus deseja seus filhos e filhas bem pertinho Dele, convivendo em harmonia com Ele, apesar das diferenças de cada um.
Mais uma vez citando Jesus de Nazaré, confira você mesmo o que definirá, segundo o próprio Jesus, a salvação da nossa alma, lendo o Capítulo 25 do Evangelho de Mateus, a partir do versículo 31 até o final. É simples entender.
Muito triste saber que ainda tem gente que acredita que Deus fica lá do alto fiscalizando e contabilizando se o indivíduo entrou ou não na fila da comunhão, se rezou ou não o terço e quantas vezes rezou, se mandou ou não um beijinho para a estátua, se levou ou não a vela pra procissão, se bebeu suco de fruta natural ou se engoliu só um pouquinho de refrigerante; se somente comeu comida de crente abençoada ou se deu uma garfada na comida de gente considerada pagã,se usa saia ou calça jeans, se tem cabelo curto ou comprido, se grita e rodopia no calcanhar ou se fecha o olho e a boca para silenciosamente orar.
Que isso! Quanta bobagem pensar num Deus esquisito assim. Esse Deus falso é o Deus da cabeça das pessoas ingênuas ou das instituições que se mantém enriquecidas e envaidecidas em função das marionetes incautas.
Já o verdadeiro Deus, o Deus que é Amor, o Deus Vivo que se manifestou,vai até o coração da pessoa, passa por cima das invencionices e crendices humanas!
É Jesus quem está à frente! É Jesus quem passa na frente! O Senhor é o Cristo Jesus!
Deus quer a sinceridade de coração da pessoa! De nada adianta fazer teatrinho no templo, estampar santidade de verniz na Igreja, e depois sair fofocando, criar intrigas, não ter misericórdia diante de alguém em sofrimento, sair por aí chutando cachorro doente ou faminto, matando ou aprisionando passarinho, mentindo, roubando. De nada adianta.
A proposta de Jesus é mental e comportamental.
Jesus deseja de cada um de nós uma mente renovada, buscando as coisas do alto, as realidades espirituais eternas, numa atitude de ternura, compaixão e comunhão.
No Céu há muitas moradas.
O Céu está aberto para todos, só não está aberto para tudo, porque existem lugares, coisas e pessoas que infelizmente zombam de Deus, desagradam a Deus, escandalizam a sacralidade da vida.
No Céu não há lugar para o desamor.
O que deixei aqui escrito não é ensino de Teologia, não é proselitismo, muito menos apologética. Essas coisinhas teológicas, prosélitas e apologéticas se tornaram contendas, atitudesnojentas e desnecessárias desde Jesus! Somente as instituições anteriores e posteriores a Jesus é que gostam desses caprichos patéticos.
O que deixei aqui é prática do Evangelho...
Iniciei com Jesus, encerrarei com Jesus:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, porque vou preparar-vos um lugar. E depois que eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde eu vou, sabeis o caminho.”(João 14, 2-4)
O Caminho, todos já sabem, é o próprio Jesus.
Se uma instituição verdadeiramente estiver de acordo com o ensino de Jesus, aplausos. Se não estiver, melhor ficarmos unidos a Jesus e deixarmos a instituição. (Anthony Malachias)

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