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O papel de Maria - Queremos ser mais inteligentes do que Deus?

segunda-feira, 23 de novembro de 2020
O papel de Maria - Queremos ser mais inteligentes do que Deus? O teólogo Frei Clodovis Boff, especialista em mariologia (Imagem: Divulgação)

Maria, mãe do Salvador, Jesus Cristo, o Senhor.
De muitos modos, o papel de Maria se tornou exagerado no coração dos apaixonados por ela.
De outras tantas maneiras, o papel de Maria se tornou ignorado na mente daqueles que não conseguiram entrar na lógica de Deus.
A virtude está no equilíbrio, o ideal está na correta compreensão. Para isso, deixo, abaixo, a explicação do exímio teólogo Frei Clodovis Boff, sobre o real e verdadeiro papel de Maria... Acompanhe com atenção:

O papel de Maria na história da salvação, pertence ao Plano de Deus...
Deus, na sua bondade, na sua sabedoria, decidiu escolher uma mãe para o Seu Filho que se encarnaria, se faria homem no meio de nós.
Maria pertence ao plano sapientíssimo, amorosíssimo e onipotente de Deus.
Nós precisamos entrar na lógica de Deus, para poder valorizar a pessoa de Maria.
Não foram os católicos que exaltaram Maria. Foi Deus mesmo! Ela, Maria, diz no Magnificat: ‘O Poderoso fez em mim grandes coisas, porque Ele é santo.’ Qual é a maior coisa que Deus fez em Maria? Deus fez de Maria a mãe de seu Filho! Na fé cristã está essencialmente incluída Maria. Se você não é mariano, não é bastante cristão, como disse Paulo VI.
O primeiro texto mariológico do Novo Testamento é a Carta aos Gálatas, de São Paulo. Ele diz lá no capítulo 4: ‘Na plenitude dos tempos, Deus mandou seu Filho nascido de mulher.’ Eis aí a primeira referência mariológica.
Maria pertence aos grandes documentos da fé da Igreja, porque ela pertence ao Plano da Salvação.
O verdadeiro cristão tem a verdadeira devoção mariana, que é o comprometimento com a sociedade, com as grandes causas sociais, e com a vida de oração.
Maria se identifica com o povo, e o povo se identifica com Maria. Maria também está na raiz dos grandes fatos históricos. Maria é a Mulher que leva a vitória! Ela é Mulher profética e libertadora!
Quando não se explica direito ao povo o papel de Maria, o povo simples, sem uma fé robusta e esclarecida, sem saber responder às provocações das seitas que avançam e rejeitam a figura de Maria, e se deixando ser seduzido por elas, esse povo então vai para as seitas e perdem essa figura maravilhosa... Maria pertence ao Plano da Salvação, ela não pode ser dispensada da fé.
Maria é a grande figura da , é a grande figura do seguimento, é a grande figura da Graça!
Deus veio até nós por meio de Maria. É por meio de Maria que nós vamos até Deus.Essa é a lógica de Deus. Queremos ser mais inteligentes do que Deus?  (
Frei Clodovis Boff)
 
Todo cristão sabe que Jesus é o mediador único entre Deus e os homens. Ele é o Filho de Deus, Ele é o Senhor, Ele é o Cristo, o Messias, o Caminho, a Verdade, a Vida, o Salvador, a Luz do mundo, a Porta, o Pão da Vida, o Verbo Encarnado, o Alfa e o Ômega, o Redentor, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade... Todo cristão sabe disso. Mas nem todo cristão compreende o papel de Maria na lógica de Deus.
Parafraseando Jesus, o Filho de Maria, poderíamos dizer assim: quem tem olhos e tiver lido com atenção as explicações supracitadas do Frei Clodovis, pois então que veja, que passe a enxergar com ternura, eficácia, sensibilidade, conhecimento e sabedoria o papel de Maria, sem exageros nem depreciações!
Sobre as aparições de Maria, elas são consideradas fenômenos místicos particulares, são devoções privadas. E quando Maria aparece a algumas pessoas, ela não diz outra coisa senão para que os crentes se voltem para o Evangelho, ela pede oração, pede conversão.
Maria não traz nada de novo, até porque não há nada de novo para trazer. O que Maria faz é despertar o novo! Por isso ela é colaboradora. Maria é uma mulher evangélica, verdadeiramente crente. Por isso, a Maria como está descrita no Evangelho já basta aos cristãos. Não se pode ficar aficionado pelas aparições.
Como disse o Papa Francisco: “Eu prefiro Maria como mãe, e não como aquela que manda recado.”
Portanto, fiquemos com a lucidez e a clareza do Evangelho, sem supervalorizar nem menosprezar o papel de Maria.
Que Maria, corretamente compreendida no seu papel, seja realidade de união, e não mais de confusão, nem de separação entre os irmãos em Cristo Jesus. (Nicola Archangello)

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