Guaxupé, quarta-feira, 24 de abril de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

Missão: Professor

terça-feira, 28 de setembro de 2021
Missão: Professor Professor Marcos Rezende (Foto: Divulgação)

“O processo civilizatório anda por degraus, e de acordo com a capacidade da sociedade de assimilar as dinâmicas novas. Nós aprendemos a usar o celular em um país onde mais da metade da população não tem privadas.” (Prof. Marcos Rezende)
 
Essa frase inicial do conhecido e querido Prof. Marcos Rezende já nos “prende” o fôlego. Um dado de realidade capaz de quebrar qualquer ilusão.
O passo seguinte é “soltar” uma nova reflexão. Acompanhe na leitura.
Eis que prossegue a fala do Professor:
 
“Como nós podemos pedir democracia a quem não sabe o que é democracia? Como nós podemos pedir pra combater fake news a quem não sabe o que é fake  news? Nós temos uma educação da década de 1930, positivista, conteudista, que estimula pouco a reflexão, que dá pouca palavra ao aluno, que entende o funcionalismo como uma autoridade, e não como aquele que está a serviço do povo. Autoridade eleita está a serviço do povo. Ela não manda no povo. A democracia nasce de consensos, e esses consensos exigem que se ouçam todos os lados. Então, nós temos sim uma pressa no processo civilizatório, mas ele tem uma dinâmica, e ele passa pela mudança na nossa sociedade se entender como Nação, coisa que ainda não conseguimos.”
 
A explanação do professor está bastante clara. Não está?
Pouca gente tem capacidade de conseguir explicar com clareza conceitos, ideias ou fatos considerados nem sempre tão simples.
Ensinar é uma arte, um dom e, às vezes, missão. Profissão!
Sobre isso, sobre essa dedicação em ensinar, falou o Prof. Marcos:
 
“Eu não acredito em decisões tomadas no calor da juventude. Poucas pessoas acertam. Eu queria ter sido muitas outras coisas, e nem experimentei. Quando entrei para o Magistério, a primeira coisa que descobri é que eu não era um professor. Um professor se faz a cada dia. Nós saímos dos cursos cheios de muitas certezas, de muitas razões, e acreditando que tínhamos um domínio técnico capaz de ensinar aos outros. Com o passar do tempo, descobri que sabia pouca coisa, e fui aprendendo. No debate do cotidiano, fui adquirindo um pouco mais de substrato. Então, fui me construindo um professor a cada dia. Eu fui abraçando a minha profissão. Mas ela nunca está pronta. Todos os dias sou professor e aprendo. Esse é o caminho.”
 
Pois bem... Sabemos que na nossa história passada, as guerras foram se tornando a pior chaga da humanidade. Na nossa história presente não é diferente. Sobre essa oscilação entre períodos de guerra e momentos de paz, ainda manchando o nosso cotidiano, encerro esse artigo com mais um comentário do professor historiador Rezende:
 
“A paz não é pacífica. Ela é resistência. Nós podemos usar a paz para resistir, pacificamente, a ação dos poderosos. É possível perfeitamente que as pessoas reajam dentro desse espírito, porque todas as violências geram violências. A violência não é uma resposta para uma vida em sociedade. A paz é a melhor resposta.”

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