Guaxupé, terça-feira, 16 de abril de 2024
Rodrigo Fernando Ribeiro
Rodrigo Fernando Ribeiro Psicologia e Você Rodrigo Fernando Ribeiro é psicólogo (CRP-04/26033).

O encantamento e a emoção de ir ao Cinema

quarta-feira, 24 de março de 2021
O encantamento e a emoção de ir ao Cinema

Final da década de 1970...
Desde crianças minha irmã e eu fomos presenteados pelos nossos pais com muitos, muitos, muitos filmes.
Naquela época, tudo começou com a televisão mesmo.
Filmes sempre foram uma oportunidade de encanto e encontro em família.
Éramos disciplinados e atentos em cada detalhe do filme, do começo ao fim. Assistíamos a tudo com respeito, em silêncio. Conversávamos somente nos intervalos e após o término do filme.
Lembro-me muito bem, pra citar apenas um exemplo desses encontros familiares inesquecíveis, quando nós nos reunimos para assistir Superman – O Filme, com Christopher Reeve e grande elenco.
Meu pai era comerciante e fazia viagens frequentes a São Paulo. Sempre que podia, nos levava com ele, e lá, claro, íamos todos juntos ao Cinema: meu pai, minha mãe, minha irmã e eu.
Foi em São Paulo que assistimos na telona filmes inesquecíveis como E.T. O Extraterrestre e Os Goonies, ambos de Steven Spielberg.
Antes dessas viagens, em Guaxupé, no Cine São Carlos, também me lembro bem de irmos assistir aos filmes dos Trapalhões.
Tempos depois, surgiu a era dos filmes em fita cassete. Foi a época de um certo declínio do Cinema, e do surgimento das locadoras de filmes.
Em casa, durante a semana, assistíamos a praticamente um filme por dia! No final de semana, de três a quatro filmes.
Descobrimos que é impossível passar indiferente perante um filme. Mexe com a gente. Toca a gente. Faz despertar na gente emoções profundas, sentimentos até de certo modo desconhecidos, porém sinceros, marcantes percepções intuitivas.
Ao assistirmos novamente a um mesmo filme, não nos lembramos apenas da história e dos personagens, das cenas e das músicas, mas também do momento em que estivemos juntos em família, das emoções partilhadas entre pessoas amadas, da proteção e do aconchego, da ternura e do diálogo.
Descobrimos também que, estando em casa, apesar de ser fascinante poder parar o filme pra tomar um copo de água, comer alguma coisa e depois voltar, o encantamento de estar no Cinema, vivenciando emoções com outras pessoas, numa sala gigante com uma tela enorme, e um poderoso som capaz de nos fazer tremer, não poderia ser substituído, não deveria ser ignorado, muito menos negado.
Mas Guaxupé já não tinha mais o seu Cinema. Começamos a ficar com saudade sincera.
Foi quando, anos mais tarde, a cidade foi presenteada com o Cine 14 Bis.
Sim, queremos que continue, queremos mais, queremos bis.
O que podemos experimentar de emoções genuinamente humanas, em algumas horas de vislumbre, compreensão e aprendizado, não pode ser extinguido. Ao contrário, precisa ser vivido.
Viva o Cinema!

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