Necessidade de aceitação
terça-feira, 9 de fevereiro de 2021
Certamente você já ouviu uma pessoa lhe dizer que não aceita dialogar com alguém, se esse alguém for incapaz de olhar diretamente nos olhos.
Talvez você seja uma pessoa assim.
Mas o que está por trás dessa obsessiva necessidade de receber, o tempo todo, o olhar de alguém?
A resposta é simples: por trás disso está uma necessidade constante de aceitação.
Notamos isso claramente em lugares como Facebook e Instagram, onde todos querem apresentar beleza e sabedoria, de muitos modos se comportando como artistas e professores, mesmo sem entender nada de arte e sem conhecimento suficiente para oportunizar direcionamento.
Tem gente que sente pânico da rejeição.
Criou-se a ilusão de que somente manifesta interesse e mantém a atenção quem estiver olhando nos olhos fixamente.
"Olhem para mim, olhem para mim!" - eis o grito de todos.
Pensemos: Alguém pode olhar fixamente em você e estar "no mundo da lua", quer dizer, distraído. Também é verdade que, em algumas situações, uma pessoa não precisa manter o olhar fixo o tempo todo em você e permanecer atento a tudo o que você diz, em cada palavra que você pronuncia, ou numa imagem que você esteja pretendendo propor alguma reflexão de sentido e significado importante.
Voltando ao diálogo padrão, seja ele formal ou informal... Ninguém vai ficar o tempo todo olhando fixamente em seus olhos... chega a ser até constrangedor uma coisa dessas.
Olhar a maior parte do tempo ou até de vez em quando diretamente nos olhos, e não sempre, não o tempo todo, é necessário para que possamos também prestar atenção no tom de voz e nos demais gestos corporais. Isso faz parte da diversificação relacional salutar, e de uma boa e mais ampla compreensão de quem somos e de quem o outro é.
Desse modo, quem precisa receber olhares fixos o tempo inteiro precisa, na verdade, fazer um exame de consciência, perguntando a si mesmo: Por que preciso sempre da aceitação de todos o tempo todo? Por que sou uma pessoa tão insegura e desconfiada? Por que existe tanta carência em mim?
