Guaxupé, sexta-feira, 29 de março de 2024
Marco Regis de Almeida Lima
Marco Regis de Almeida Lima Antena Ligada Marco Regis de Almeida Lima é médico, nascido em Guaxupé, foi prefeito de Muzambinho (1989/92; 2005/08) e deputado estadual-MG (1995/98; 1999/2003). E-mail: marco.regis@hotmail.com

A HISTÓRIA DAS OLIMPÍADAS

sexta-feira, 6 de agosto de 2021
A HISTÓRIA DAS OLIMPÍADAS Foto: Divulgação

Jogos de todas as espécies, que são realizados dentro de uma periodicidade, estão vinculados com o tempo. Aliás, até período significa um espaço de tempo. Muito diferentes são aqueles que praticamos a esmo, ocasionalmente, como baralhos, dados, roletas e tantos outros. Mas, se falarmos em campeonatos, copas, torneios, jogos ou competições em que os mesmos se realizam de tempos em tempos, pré-estabelecidos, estamos falando disso tudo com cronologia determinada. Sem nos determos nas especialidades esportivas, apenas citaremos eventos periódicos como campeonatos mundiais – locais, regionais ou internacionais – olimpíadas, temporadas automobilísticas, ligas nacionais ou de países mundiais, as Voltas da França ou a do Cristo de Poços de Caldas, os Circuitos nacionais ou internacionais de inúmeros e tantos outros esportes.
Justamente nesse ponto que conduzo meu raciocínio, pois cronologia significa estudo do tempo, originando-se do grego: cronos, tempo; logos, estudo. Pois é, na mitologia grega, Cronos era o Deus do Tempo. Ele era casado com Réia, de cuja união nasceu o maior dos deuses da mitologia grega, Zeus. A mitologia romana aborda muitas histórias, deuses e heróis semelhantes à grega, mudando o nome dos personagens.
O dicionário nos ensina que mitologia “é a história fabulosa de personagens sobrenaturais, de deuses e heróis da Antiguidade”. Cabe aqui nossa primeira conclusão pessoal acerca daqueles que criaram e insistem na ideia de que o atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, seja um mito. Isto não passa de devaneios desvairados, porque utilizo do próprio dicionário para classificar os praticantes dessa aberração como mitômanos, pois mitomania “é a tendência patológica para a mentira e para a fantasia desenfreada”.
Nessa mistura de mitologia com a História Universal, retrocedemos ao ano de 776 a.C. (antes de Cristo) em que é datada a primeira Olimpíada, realizada em Olympia, que se situava na histórica península grega do Peloponeso, a mesma região responsável pela decadência da civilização helênica, em decorrência dos danos causados pelos 30 anos da Guerra do Peloponeso, protagonizada por Esparta contra Atenas, envolvendo outras cidades-estados, aliadas de uma ou de outra “polis”. Dois mil anos antes de Cristo, a Grécia não era uma região territorial demarcada, mas, onde se identificava como gregaa região que falasse a língua grega, tanto em partes continentais como nas ilhas. Os Jogos Olímpicos eram comemorações religiosas e esportivas que aconteciam de quatro em quatro anos. Eram dedicadas a Zeus, tornando-se momentos de confraternização do Pan-Helenismo. Eles perduraram até mesmo com a Grécia sob domínio do Império Romano, mas foram perdendo suas tradições e objetivos até cessarem as suas realizações.
As Olimpíadas ressurgiram depois de mais de dois mil anos de hiato pela iniciativa de um educador francês, Pierre de Coubertin, que lançou seus fundamentos num Congresso da Sorbonne, em 1894. Dois anos depois, são inaugurados os Jogos Olímpicos da Era Moderna, que aconteceram em Atenas como forma de homenagem às suas origens, agora creditada ao Barão de Coubertin. Ao contrário daqueles que até hoje criticam a realização das Olimpíadas de 2016 – e da Copa Mundial de Futebol de 2014 – no Brasil, devemos reconhecer que ambos são hoje os maiores eventos esportivos mundiais, com expressivas audiências conquistadas através de transmissões televisivas para todo o nosso planeta. A disputa para sediá-los é por demais cobiçada e pleiteada por grande número de países.
A grade dos jogos olímpicos modernos tem sofrido supressões e inovações nas modalidades esportivas, muitas vezes, numa mesma olímpiada. Na atual, na capital japonesa, Tokyo, duas modalidades estão sendo disputadas para satisfazer o interesse dos próprios nipônicos: o beisebol e sua versão feminina do softbol – com as mesmas regras, mas, variando o tamanho das bolas e as dimensões do campo – esporte criado nos Estados Unidos da América, que chegou ao Japão em 1873, tornando-se o mais popular do país. Ele já fez parte de jogos olímpicos, portanto, agora retornando. Pelo contrário, o Karatê foi criado por lá mesmo, em Okinawa, agora estreante.  As três outras modalidades foram incluídas como forma de apelo participativo aos jovens, que são a maioria dos seus praticantes: a Escalada Esportiva, o “Surf” e o “Skate”. Apesar de cortes ou estreias, sempre são feitas mudanças em provas consideradas tradicionais, tipo atletismo e natação.
As premiações são imutáveis e representam a glória para atletas e países – as medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente para primeiros, segundos e terceiros colocados. Tanto faz que sejam esportes individuais ou coletivos, mas o cômputo para o Quadro Geral de Medalhas é feito na proporção de uma única medalha para cada modalidade ou submodalidade, mesmo que sejam distribuídas a cada atleta como no futebol, no voleibol e outros esportes. Nos casos citados, cada atleta que tenha participado dos jogos receberá a medalha a que fizer jus, mas, na contagem do Quadro de Medalhas vale apenas uma para o Futebol ou para o Voleibol. Já em esportes individuais como a Natação e o Atletismo, cada submodalidade como, por exemplo, provas de 100m, 200m ou 1500m, ou muitas outras, nas pistas ou nas piscinas, serão distribuídas medalhas aos respectivos vencedores e contadas no Quadro Geral, exceto se as disputas forem coletivas como nas provas de revezamento, onde se contará uma medalha por prova. Idêntica situação pode ser exemplificada no Tênis ou no Tênis de Mesa, exceto quando as disputas se derem por duplas, caso em que cada atleta terá sua medalha, porém, apenas uma valendo para a Contagem Geral. Por falar nesta, sempre se usou como colocação dos países em disputa, o Número de Medalhas de Ouro obtidas pela soma de cada um, Não pela soma das medalhas de ouro, prata e bronze dos mesmos.
Semana que vem, ao término das Olimpíadas, estaremos comentando destaques e fracassos dos Jogos Olímpicos de Tokyo / 2021.

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