Guaxupé, sexta-feira, 19 de abril de 2024
Lenine Martins Faria e Rodrigo Fernando Ribeiro
Lenine Martins Faria e Rodrigo Fernando Ribeiro EducaMente Lenine é pedagoga e Rodrigo é psicólogo (CRP-04/26033). Rodrigo atua em Guaxupé e Guaranésia, Lenine em Guaranésia.

Cautela

terça-feira, 24 de novembro de 2020
Cautela

Com a palavra, a pedagoga Lenine Martins Faria

A vida é uma constante e vivemos como numa roda gigante...
Tem dias que estamos no alto, no ápice de nossas satisfações! Em outros dias,estamos tão para baixo, nos sentindo desmotivados e sem rumo.
Nessa roda gigante da vida, precisamos estar preparados para enfrentar qualquer obstáculo, mantendo o equilíbrio e agindo sempre com cautela.
Pense... Você já se viu em uma situação que parecia não ter saída? Ou quis resolver algo por impulso, e percebeu que essa ansiedade não te ajudou em nada?
Talvez você já tenha pensado em desistir de um relacionamento, após algum desentendimento. Pedir as contas do emprego, por estar insatisfeito ou se sentir desvalorizado. Pensou em vender um bem, trocar de carro, porque as finanças apertaram; talvez já tenha pensadoem parar com os estudos, porque estava sem tempo. Sim, passamos por tudo isso e talvez mais.
O que posso te afirmar é que o desespero não ajudará em nada. Precisamos sim é ter cautela e coragem para seguir em frente!
Calma... Pense antes de agir.
Cautela é importante para se precaver de algum mal ou de alguns danos contra você mesmo. Tudo tem seu tempo certo, e vamos viver essa constante de altos e baixos, desafios e oportunidades.
Se não conseguir sozinho, peça ajuda a um amigo, se aconselhe com seus pais ou com alguém que possua mais experiência.
Não seja imprudente!Com cuidado, siga sua intuição, medite nas palavras de Deus e espere... A resposta virá!
Certamente você encontrará a melhor maneira de agir para solucionar sua preocupação, seu problema.

Com a palavra, o psicólogo Rodrigo Fernando Ribeiro


Nas Sagradas Escrituras existem 150 Salmos.
A primeira palavra do primeiro versículo do primeiro Salmo é “feliz”.
E a felicidade, de acordo com o salmista, é se distanciar de ambientes de zombaria, de escárnio. Eis aqui o princípio da cautela, o respeito profundo à dignidade e à sacralidade da vida.
No livro de Jó está escrito que apartar-se do mal é sinal de inteligência (Jó 28, 28).
O Apóstolo Paulo diz que as más companhias corrompem os bons costumes (1 Coríntios 15, 33), e disse também que muitos se comportam como inimigos da cruz de Cristo (Filipenses 3, 18). Paulo escreveu isso com lágrimas nos olhos...
Pedro diz que o diabo, nosso inimigo, é como um leão que ruge pronto a nos devorar (1 Pedro 5, 8). Então, não se deve frequentar o território do diabo. Cautela.
Jesus nos orienta, na oração do Pai Nosso, a pedir que Deus nos livre do mal, não nos deixando cair em tentação (Mateus 6, 13).
Note quanta orientação para que tenhamos cautela!
Mas o que isso tem a ver com Psicologia? Tudo! Tem tudo a ver.
Note bem: As Sagradas Escrituras são consideras regras de fé e conduta! Fé é uma potência psíquica. Conduta é ação, comportamento, atitude. A Psicologia estuda o psiquismo, o psicólogo é um analista do comportamento. Por isso, Religião faz parte do campo de observação de todo profissional da Psicologia. Aliás, a Psicologia é filha da Religião sadia. Os primeiros cuidadores das angústias da alma humana foram os religiosos. A Religião segue sua trajetória se dedicando à espiritualidade; já a Psicologia se aperfeiçoa no estudo na personalidade. Mas são mãe e filha. Não devem ser analisadas separadamente, nem podem ser excluídas no estudo do ser humano. Há uma comunhão entre Psicologia e Religião. Pretender falar só da Psicologia e menosprezar a Religião, seria, por comparação, algo como pretender falar do pão e ignorar a existência do padeiro. Seria patético. Um erro terrível.
De volta... Apesar das orientações de conduta sagrada e sadia, citadas acima, nas Sagradas Escrituras (normas de fé e conduta), não tão raro ouvimos pregadores dizendo não ter nada demais em frequentar lugares, festas e ambientes considerados, a princípio,locais pecaminosos, desde que o indivíduo se comporte como luz em meio às trevas.
Será possível isso? Seria algo do tipo: "Olha, aqui está um suculento pedaço de pizza, mas não salive!"; ou assim: "Aqui está a quadra, eis a bola, mas, por favor, não vai me chutar a bola, hein".
Mesmo assim, alguns pregadores dizem que não podemos fazer distinção das pessoas nem dos lugares. Podemos conversar com qualquer tipo de gente e frequentar qualquer tipo de ambiente. Nesse caso, seria até uma forma de ajudar aqueles que estão perdidos, afinal, as trevas não resistem à Luz. O bem tem mais direito que o mal. Não seria nem uma questão de ficar falando o tempo todo a respeito de um ensinamento sagrado, mas ficar se comportando de modo civilizado.
Não sei como é possível ser luz num baile funk de pornografia explícita, ou ser luz sagrada numa balada de consumo abusivo das mais variadas drogas ilícitas.
Nas leis da biologia, quando um fruto podre – e basta um fruto podre, apenas – entra em contato com frutos saudáveis, esses frutos saudáveis apodrecem. O contrário não acontece. Jamais um fruto saudável tornará saudáveis frutos já apodrecidos.
Na psicologia, desde a infância notamos que crianças com comportamentos socialmente inadequados, conseguem influenciar mais crianças a fazerem o mesmo, do que o contrário. Dificilmente uma criança boa e educada consegue ser líder, induzir os agitados a se acalmarem.
E agora? Que comportamento assumir? O de distanciamento ou o de aproximação das coisas ruins?
Jesus de Nazaré, sabendo que nem sempre é possível evitar tudo e a todos, fez a seguinte oração:
“Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.” (João 17, 15).
Será que os místicos dos primeiros séculos estavam corretos ao dizer que a virtude está no equilíbrio, o ideal está na moderação?
No estudo da personalidade sabemos: é preciso que cada um reconheça a força que tem, bem como as fragilidades que possui. Nem todos estão preparados para saírem ilesos de ambientes pecaminosos. Por isso, a necessidade da cautela!
Jesus se infiltrava entre os mais pecadores de seu tempo, se metia em encrenca. Mas Ele era Jesus! Você é você. Você não é onipotente. Daí a necessidade da prudência, da tomada de consciência, da responsabilidade, da humildade e da oração.

 

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