Vida na aridez existencial
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
Com a palavra, a pedagoga Lenine Martins Faria
Por vezes você se pega refletindo sobre sua vida, na história que está escrevendo, no legado que está deixando.
Na vida nem sempre tudo é flor, vivemos cultivando.
Entre o semear, plantar e colher, vezes nos deparamos com as pragas, a erva daninha e até com os espinhos.
Nem tudo é maravilha e felicidade, o dia a dia requer de nós perseverança e certa rigidez para aguentar e seguir em frente.
Talvez não vivemos o amor que esperamos, nem sempre conseguimos o que almejamos.
O que não podemos é desanimar, deixar de regar a terra para que as flores possam brotar.
É duro quando percebemos que a colheita da vida não chega do dia pra noite, quando tudo que mais queremos é ver os resultados, ver a tempestade passar.
Força e fé! Porque digo isso? É comum entrarmos num conflito interno quando erramos e sofremos a responsabilidade por aquilo que escolhemos. Quando pensamos em nossas escolhas e ainda não nos encontramos ou estamos em procura pelo verdadeiro sentido da vida.
Buscamos o porquê de estarmos aqui. Se estivemos ou seguimos pelo caminho certo, se erramos, se acertamos ou se simplesmente estamos felizes e realizados por nossas escolhas.
Ah... Esses conflitos internos, só nos desestabilizam. Não se deixe afundar, segure suas emoções, deixe para trás seus fantasmas e fique firme, pois terra estéril não dá frutos.
Seja produtivo, resiliente! Tudo é experiência e faz parte do processo do ciclo da vida. Suas vivências, superações e “vira volta” serão como degraus até onde pretenda chegar.
Depois recordará de cada pedacinho que viveu, por onde passou e poderá compartilhar sua história, dessa vida onde nada é fácil, nada cai do céu, mas que tudo vale a pena. E faça valer pena, mude seu olhar, tenha boas expectativas, procure estar de bem com a vida, mesmo se ela não estiver de bem com você.
Aceite ou se mexa, não seja cruel nem se torture.
Sorria, seja amável, coopere para bem, para seu bem.
Com a palavra, o psicólogo Rodrigo Fernando Ribeiro
Leia com atenção o que está escrito no livro do profeta Isaías:
“Abrirei um caminho no deserto, e rios na terra seca.” (Isaías 43, 19).
O ser humano tem esperança de plenitude.
Mas nessa terra, nessa existência, nessa forma de vida material, frágil, finita, transitória, passageira, temporal, a nossa alma não se satisfaz plenamente, porque ela é de natureza imaterial.
Nossa alma é de natureza espiritual, é eterna, se alimenta e se satisfaz das realidades espirituais eternas.
Por isso tem se insistido tanto, desde as religiões, passando pela Psicologia e já atingindo a Medicina, pela busca dessas realidades espirituais eternas. São realidades sutis, gentis, simples, e é da simplicidade que vem a genuína felicidade.
Em meio às tribulações da vida, no desconforto e na dor de carregar a cruz, somente a fé é capaz de nutrir a esperança, e somente a esperança num tempo em que haverá a existência do amor plenoé capaz de nos dar certo alívio... Somente assim, com fé e esperança, podemos requalificar a nossa existência, atribuindo sagrado sentido e significado em cada instante, a cada momento de bondade que se eterniza e, por isso, será lembrado.
Essa crença firme e convicta faz jorrar em nós rios que refrescam, águas que saciam, banhos que higienizam.
É o frescor vencendo o terror.
