Guaxupé, quinta-feira, 28 de março de 2024
João Júlio da Silva
João Júlio da Silva PAPOENTRELINHAS João Júlio da Silva é jornalista em São José dos Campos (SP), natural de São Pedro da União e criado em Guaxupé. Blog https://papoentrelinhas.wordpress.com

Maradona: “El pibe de oro en la mano de Dios”

quinta-feira, 26 de novembro de 2020
Maradona: “El pibe de oro en la mano de Dios”

Toda morte é triste, assim também é a de Diego Maradona, aos 60 anos, ocorrida na quarta-feira, 25 de novembro, mesma data em que morreu seu ídolo cubano Fidel Castro.
Com a morte, voltou a esquentar nas redes sociais a polêmica sobre comparações entre o jogador argentino e Pelé, o brasileiro considerado o Rei do Futebol.
Maradona foi grande na questão de posicionamento político, ficando sempre ao lado dos oprimidos, enfim, estava com os mais vulneráveis, não negando sua origem de pobreza. Em campo considero que foi um bom jogador, nada mais que isso, não se pode nem se comparar com Pelé, que, sem dúvida nenhuma, foi o maior de todos. A carreira do argentino foi bem conturbada devido a seu envolvimento com drogas, teve vários problemas com isso, mas é algo muito particular. Eu até considero o francês Michel Platini melhor que Maradona, ambos são contemporâneos.
Agora, sobre a treta estabelecida digo apenas que a pessoa que não conhece a história do jogador Pelé e fica falando bobagens deveria se informar sobre sua carreira sem igual, de gols sensacionais.
Maradona também fez belos gols, mas o que ficou na história foi irregular, feito com a mão, uma trapaça futebolística. Todo mundo sabe disso. Aconteceu na Copa do México, em 1986, no jogo pelas quartas de final, Argentina contra a Inglaterra. O gol ficou conhecido como “la mano de Dios”. Os argentinos venceram o jogo por dois a um e seguiram em frente no campeonato, por fim, acabaram faturando o troféu na final com a Alemanha.
O gol de mão foi histórico na polêmica carreira de Maradona, entre vitórias e artimanhas, que marcou para sempre a trajetória de jogador, conhecido como "el pibe de oro" (o garoto de ouro). Isso, dentro das quatro linhas.
Se Pelé é considerado rei, o cidadão Edson Arantes do Nascimento não é nada digno de elogios, principalmente, pelo fato de não reconhecer uma filha, que até já morreu. Esse episódio pesa em sua biografia. Quanto ao seu posicionamento político, é também algo deplorável, sempre ao lado dos opressores. Mas, ainda que tenebrosa, é uma escolha pessoal dele.
Agora, na questão pessoal de relacionamentos, Maradona também aprontou das suas, teve problemas sobre paternidade. Quase ninguém fala sobre isso, enquanto o caso de Pelé é citado exaustivamente, o que deve ser mesmo.
Pois é, segundo o site Bol, Maradona disse em 1999: "Minhas filhas legítimas são Dalma e Giannina. Os outros são filhos do dinheiro ou do erro". Segundo o site, “por diversas vezes, Maradona se negou a assumir e conhecer os filhos, dizendo que era pai somente de Dalma e Giannina. Ele, no entanto, é pai também de Jana Maradona, Diego Junior e Diego Fernando, reconhecidos por meio da justiça”. Ah, mas ele assumiu! Sim, mas porque foi forçado pela justiça. Bem, o Wikipédia (que não é tão confiável) também cita esse lado de Dieguito: “teve também filhos fora do casamento que não reconheceu como seu”.
Muitas mulheres que criticam a postura de Pelé em não reconhecer a filha (e deve ser criticado mesmo) desconhecem esse lado pessoal de Maradona, que também deu seus pulinhos fora do casamento.
O que precisa ser levado em conta é que vida pessoal é uma coisa e carreira futebolística é outra, podres particulares todos temos, ninguém é santo neste mundo. Dito isto, não resta nenhuma dúvida, que em campo o maior de todos é mesmo Pelé, e sempre será.
O lado político e sua vida pessoal não têm nada a ver com a habilidade de se jogar futebol, e nisso não tem para ninguém, Pelé é Rei.
Maradona fará muita falta no campo político, nesse sim, foi gigante, e Pelé continua bem minúsculo.
Bom descanso, Maradona: “El pibe de oro en la mano de Dios”!

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