Guaxupé, quinta-feira, 28 de março de 2024
João Júlio da Silva
João Júlio da Silva PAPOENTRELINHAS João Júlio da Silva é jornalista em São José dos Campos (SP), natural de São Pedro da União e criado em Guaxupé. Blog https://papoentrelinhas.wordpress.com

ESQUEMA DE PODER E INTERFERÊNCIA NO PROCESSO DEMOCRÁTICO DO PAÍS

sábado, 20 de fevereiro de 2021
ESQUEMA DE PODER E INTERFERÊNCIA NO PROCESSO DEMOCRÁTICO DO PAÍS

Está tudo tão escuro! Já chegou ao fundo do poço? Ainda não, o buraco é bem mais embaixo! É nesse estado desesperador que o país segue rolando pelo abismo em que foi atirado após a rasteira dada em sua frágil democracia.
Nesse cenário de caos foi anunciado o fim da Lava Jato no início do mês, justo quando novas revelações reforçam a politização da força-tarefa. Qualquer pessoa em sã consciência é contra a corrupção, mas o seu combate deve ser feito nos limites legais e não como forma de perseguição e obtenção de poder, como revelam as mensagens entre o juiz da operação e procuradores. Já dizia o jurista Rui Barbosa: “Não falsifica a História somente quem inverte a verdade, senão também quem a omite.”
Em seu início a Lava Jato gerou expectativas de combate à corrupção, mas acabou se revelando um projeto de poder e perdeu a credibilidade em meio aos abusos e ilegalidades cometidas pelas autoridades envolvidas na operação, afrontando a ordem jurídica e atingindo a democracia. O conluio, revelado pela “Vaza Jato”, entre juiz e procuradores, mostra que era o ódio e não a justiça que os movia.
E o esquema lavajatista do juiz travestido de investigador e acusador é a personificação do desrespeito ao processo legal e ao estado democrático de Direito. Deu no “The New York Times” sobre a Lava Jato: “se vendia como a maior operação anticorrupção do mundo, porém se transformou no maior escândalo judicial da história!”
As revelações contundentes de mensagens entre o juiz e os procuradores são gravíssimas e comprovam que havia um esquema para condenação do adversário político, que se tornou um alvo de perseguição e ódio. Os diálogos confirmam que o plano era tirar o considerado “inimigo” das eleições de 2018 e interferir no poder Executivo.  O juiz tramou denúncia com procuradores desde o início, combinando até delações. Eles tinham um único objetivo, criminalizar aquele que liderava as pesquisas eleitorais para tirá-lo do páreo. Houve sim, perseguição judicial, a Lava Jato se tornou uma tramoia processual e um escândalo mundial.
As conversas mostram o conluio entre acusador e julgador. As violações cometidas é um caso de desrespeito à Constituição Federal, todos ali tinham interesses particulares, agiam como um grupo político. Revelada a trama, agora é preciso punir todos os responsáveis por essa atrocidade autoritária. A credibilidade da justiça depende dela.
Pelas mensagens em poder da justiça, que mais parecem papo de banditismo, houve uma grande armação e que a Lava Jato foi uma farsa. Atingido o objetivo de tirar o “inimigo” das eleições, o juiz da operação se tornou ministro da justiça no governo que ajudou a colocar no poder. O “criador” do monstro que está comandando o país foi compor a sua trupe de trapalhões, incompetentes e obtusos seres. Mas no atrito de egos bestiais, o justiceiro da “república de Curitiba” deixou o desgoverno e foi “trabalhar” nos EUA, agora planeja ser candidato a presidente nas eleições do próximo ano, com apoio irrestrito da rede golpista de televisão e toda sua rede de apoio da grande mídia e seus bajuladores. Com ampla interferência norte-americana na operação lavajatista, o “marreco de toga” deverá ser o candidato do imperialismo de Tio Sam.
Não bastasse a postura de agir acima da lei, o grupo ainda planejava aplicar parte do dinheiro apreendido numa fundação que seria criada. Tal propósito foi barrado a tempo.
Além de afrontar a ordem jurídica e ajudar a corroer a democracia, a Lava Jato também corrompeu e degradou amplos setores da grande imprensa, engajados no esquema, atuando como porta-vozes da força-tarefa e cúmplices de um espetáculo policialesco e midiático, aceitando, deliberadamente, convicções sem as provas correspondentes, com delações e vazamentos seletivos; sem nenhuma ética, fecharam os olhos para os métodos obtusos da força-tarefa. Sim, a grande mídia teve participação de destaque no processo lavajatista. Com a podridão à mostra, não se observa o mesmo ímpeto jornalístico.
Portanto, essa operação “Farsa Jato” tem grande responsabilidade pelo caos atual do país, que segue rolando pelo abismo em que foi atirado, ao ser colocado no poder o pior e o mais abjeto governante e sua legião de ineptos, à paisana ou não.
Diante das revelações, fica nítido que a funesta operação atentou contra a soberania nacional, desestabilizou a economia, contribuiu para o golpe contra a democracia, prendeu adversários políticos sem provas e levou ao poder o que há de pior no cenário político brasileiro. Com certeza, os justiceiros bananeiros, corrompendo o processo judicial, mudaram a história do país e deram poder ao estulto que está aí, abusando da paciência do povo. Na sandice de destruir o adversário, jogaram o país no abismo das trevas.
A trapaça golpista só não é admitida por questão de caráter ou limitação intelectual. Haverá autocríticas? Certamente que não.
“A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça. Cumpre que enxergue por igual à direita e à esquerda”, dizia Rui Barbosa.
A democracia geme...

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