Guaxupé, sábado, 20 de abril de 2024
Cairbar Alves de Souza
Cairbar Alves de Souza Cantinho Mineiro Advogado e Escritor

Setembro Amarelo

sexta-feira, 25 de setembro de 2020
Setembro Amarelo

Decorria a década de 1970 e eu frequentava semanalmente a minha cidade natal – a querida São Pedro da União, onde ia fazer semanalmente palestra no Centro Espírita Caminho de Luz – Francisco Cândido Xavier.
Havia uma família ruralista de pai e mãe jovens e mais dois filhos, um de cerca de cinco anos, que frequentava o Centro com sua mãe, e outro filho mais velho. O garoto de cinco anos era muito esperto. De repente, simplesmente ele desapareceu. Todos ficaram muito preocupados e passaram a procurá-lo por todos os lugares.
Passados poucos dias, o pai – cafeicultor – foi até a tulha, onde se encontrava a pequena quantidade de café colhida e, de repente, encontrou seu pequeno filho, entre o café, infelizmente já morto. O garoto muito esperto foi brincar, virando piruetas e mergulhando no café em coco. De repente, encontrou o filho já morto, isto porque ele começou a virar piruetas, bateu a cabeça em um lado da tulha, vindo a falecer, ficando mergulhado no café em coco.
A jovem mãe, como não poderia deixar de ser, entrou em tremenda depressão, perante o ocorrido. Dizia que um pensamento ficava martelando em sua cabeça, inclusive à noite, pois quase não dormia: suicida, suicida...
A mentora do Centro procurou o articulista e ambos fomos até a casa da infeliz senhora, quanto então fizemos várias argumentações, para que ela tirasse os maus pensamentos. O argumento maior e que veio prevalecer seria o de que ela não poderia suicidar-se, já que tinha que olhar o filho maior, que necessitava muito de seu carinho, ainda mais que ele estava também muito ressentido pela perda do irmãozinho querido.
A mãe abandonou o nefasto pensamento, continuou frequentando o Centro Espírita e no final do ano, quando o Centro foi até o Serrado, no distrito de Biguatinga, para ajudar na distribuição de inúmeros brinquedos para o Natal.
Extremamente concorrido o evento de distribuição de brinquedos, com a criançada fazendo enorme festa por ganharem doces e brinquedos
Qual não foi a nossa surpresa, eis que a desditosa mãe lá apareceu simplesmente fantasiada de mamãe-Noel, e alegremente distribuindo os brinquedos.
Por certo que, cada brinquedo que dava a uma criança, ela tinha convicção de que seu filho é quem estava doando.
Quando as pessoas passam por depressão ou outras doenças psicológicas, o pensamento em Deus vale demais para que elas saiam da doença.
Não desista. Geralmente é a última chave no chaveiro que abre a porta. (Paulo Coelho)
Não desista do amor, não desista de amar, não se entregue à dor, porque ela um dia vai passar… (Padre Fábio de Melo)
O suicídio demonstra que na vida existem males maiores do que a morte. (Francesco Orestano)

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