Guaxupé, sexta-feira, 29 de março de 2024
Cairbar Alves de Souza
Cairbar Alves de Souza Cantinho Mineiro Advogado e Escritor

A CARIDADE COM OS CRIMINOSOS

quarta-feira, 30 de junho de 2021
A CARIDADE COM OS CRIMINOSOS O criminoso Lázaro Barbosa, que foi capturado e morto em Goiás (Foto: Reprodução)

Nota do articulista: por esses dias, o Brasil foi surpreendido com o infeliz caso do  criminoso Lázaro Barbosa, capturado em Goiás, quando foram cometidas várias atrocidades com ele, como: foi morto com 38 balas, colocado em um saco e jogado como se fosse um animal em um camburão; foram soltados fogos de artifício e agora consta que a família não foi buscar o cadáver e ele poderá ser sepultado como indigente. Afora isso, todo o Brasil ficou feliz com o desfecho do caso.
À face disso, fomos buscar mensagem a respeito do assunto, sob o prisma do Espiritismo, a qual reproduzimos para meditação de todos.

 
Elizabeth de França lembra, nesta mensagem, da caridade em relação aos criminosos, aos infelizes, também filhos de Deus, a quem Ele ama e lhes dará o perdão e a misericórdia, após seu arrependimento, dando-lhes novas oportunidades de reparação e de aperfeiçoamento, como faz para com todos.
O amor de Deus, sempre absoluto, não faz distinção de pessoas, porque Ele é imutável e a parábola da ovelha perdida, narrada por Mateus, 18: 10 a 14, por Lucas, 15:3 a 7, a dos Trabalhadores da Última Hora, Mateus, 20: 1 a 16, dando oportunidades a todos que quiseram trabalhar, a parábola do Filho Pródigo, Lucas, 15:11 a 32, contadas por Jesus, atestam bem o amor do Pai por todos os seus filhos.
Seu amor e misericórdia são imutáveis e sua justiça também, portanto, cada um receberá sempre segundo suas obras.
Lembra a autora que caridade não é só dar esmolas nem mesmo quando acompanhadas de palavras de consolação. É muito mais do que isso.
É ser benevolente, constantemente, e em todas as coisas para com o próximo, e ser benevolente é ter boa vontade para com os outros, tanta quanto a deseja para si.
Assim, ser caridoso com os criminosos não é deixar-lhes livres para continuar cometendo desatinos, mas sim, compreendê-los como pessoas equivocadas.
Considerá-los como doentes, muito necessitados, filhos de Deus, criados como todos os demais, que um dia, graças às leis divinas, tornar-se-ão bons e sábios, exatamente, como todos.
Ser caridoso com os criminosos é pensar neles, com piedade pelo que fazem orar por eles, pedindo a Deus, que eles possam conhecer a realidade da vida espiritual, eterna e progressiva, a fim de que se arrependam e busquem transformar-se, ao invés de pensar e dizer: “É um miserável; deve ser extirpado da Terra”.
Jesus diria isso?!
Afirma a autora que se deve sempre perdoar os criminosos. Recusando esse perdão, a pessoa está sendo mais repreensível, mais culpada do que eles, porque quase sempre esses criminosos “não conhecem a Deus como o conheceis, e lhes será pedido menos do que a vós”.
Não se deve esquecer nunca de que os homens são julgados pelas leis divinas, exatamente com julgam os outros, e que enquanto Espíritos em desenvolvimento, estamos, todos nós, sujeitos a erros, a enganos e todos precisamos de indulgência.
Menciona ela algo muito importante, nem sempre evidenciado, no viver cotidiano: “Não sabeis que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza, mas que o mundo não considera sequer como faltas leves?”
No processo evolutivo do Espírito imortal, sua responsabilidade nos seus atos, é sempre de acordo com seu entendimento. Quanto mais inferior, menos se lhe é exigido, pois, ninguém pode dar o que não possui; quanto mais evolui em entendimento, mais responsável é pelo que sente, pensa e faz.
Perdoar aos criminosos, não é, pois, livrá-los das conseqüências dos seus atos, mas amenizá-las tanto quanto possível, na confiança de sua regeneração, na sua perfectibilidade e nas leis de Deus.
Um dia, a lei divina trazida por Jesus reinará no mundo. Para isso é preciso que nos amemos uns aos outros como filhos de um mesmo Pai, com a mesma origem, o mesmo destino, as mesmas potencialidades, as mesmas oportunidades.
Por isso, não devemos desprezar ninguém. A presença de grandes criminosos na Terra é possível, por ser ela um mundo de expiações e de provas, onde estamos todos nos desenvolvendo, nas variadas experiências que este viver nos propicia.
Assim, o bem e o mal se mesclam, para que os homens aprendam e distingui-los, acolhendo um e rejeitando o outro, mas amparando sempre o que faz o mal.
Dessa maneira, o mal na Terra pode se constituir em instrumento de aprendizado para a evolução espiritual do Espírito imortal.
 Quando a lei do amor imperar na Terra, não haverá mais necessidade dessa mescla de bem e mal “e todos os Espíritos impuros serão dispersados pelos mundos inferiores, de acordo com as suas tendências” , onde irão continuar seu desenvolvimento moral.” (Leda de Almeida Rezende Ebner)
 
Para nossa reflexão.
 
 
 
 
 

Comente, compartilhe!