Guaxupé, sexta-feira, 29 de março de 2024
Cairbar Alves de Souza
Cairbar Alves de Souza Cantinho Mineiro Advogado e Escritor

Lincoln Vieira Tavares conta parte de sua vida

sexta-feira, 2 de abril de 2021
Lincoln Vieira Tavares conta parte de sua vida O homenageado Lincoln Vieira Tavares, que faleceu no dia 28 de março (Foto: Redes Sociais)

Vou tentar ser um pouco diferente. Em vez de escrever sobre o meu querido amigo que se foi recentemente, outra vítima da Covid, peço licença para transcrever na íntegra o que ele carinhosamente escreveu sobre mim, no livro Cantinho Mineiro, do autor, sob o título Cairbar Alves de Souza – O Homem para frente e para o alto (a visão de um amigo) Na oportunidade, vê-se também parte de sua vida.
 
“Corria o ano de 1.958, e Cairbar, então, com seus 20 anos de idade, eu dois anos mais jovem, na flor de meus 18 anos, trabalhávamos no então Banco Moreira Salles, em Guaxupé, quando em pleno expediente bancário, naquele tempo tranquilo, ausente de toda a informática de hoje, aparece no balcão de atendimento o Balbino, velho conhecido nosso, que vendia amendoim e fabricava deliciosos pés-de-moleque, perguntando: - Onde está o jovem sorriso? Referia-se ao nosso colega Cairbar, que sempre aparecia com um sorriso no rosto, quando atendia as pessoas, e era freguês assíduo, sempre atencioso, não somente com o nosso querido Balbino, mas com todos.
A partir daí, passei a observá-lo melhor, nesse sentido. No entanto, nossa convivência vinha de longe. Ambos vínhamos de famílias espíritas, e já havíamos frequentado a Escola de Moral Cristã juntos, naquele tempo denominada “Catecismo Espírita”, por sinal ministrado por uma irmã de Cairbar, hoje no mundo espiritual, que nós chamávamos de Souza, e pela Palmira Pasqua. Depois viria a Mocidade Espírita.
Na escola primária nos separamos, porque eu fui para o então Grupo Escolar Delfim Moreira e ele para o Barão de Guaxupé, porém tivemos uma professora em comum, no primeiro ano, dona Aparecida Reis Ribeiro, objeto de uma excelente crônica já publicada.
Fomos quase na mesma época para o Banco Moreira Salles, entidade já extinta, encampada pelo Unibanco, depois Itaú.
Mais adiante, Cairbar ingressou, por concurso, no Banco do Brasil, casou-se com a Wanda, vieram os filhos, eu também meu casei com Zélia, tivemos filhos, e então acabei seguindo seus passos, novamente, pois também passei no concurso do Banco do Brasil, vindo a trabalhar com ele em Guaxupé, inclusive substituindo-o no mesmo setor em que trabalhava no Banco.
Estudamos em São João da Boa Vista (SP), onde concluímos o curso de Direito, com diferença de dois anos. Tem mais: fomos vizinhos, por alguns anos, e Cairbar com a família, foram vizinhos de meus pais, além de terem sido grandes amigos.
No Movimento Espírita, Cairbar convidou-me para auxiliá-lo, juntamente com Carlos Conti e Norberto Pasqua, em programa radiofônico espírita na Rádio Clube de Guaxupé, aos domingos, pela manhã, onde participei, por alguns anos, com muita alegria e dedicação, aprendendo muito.
Nossa convivência foi interrompida pela minha transferência para Muzambinho, a dele para Monte Santo de Minas, depois para Brasília, onde passou a exercer importante cargo na Direção Geral do Banco do Banco do Brasil, depois para São José do Rio Pardo, assumindo o cargo de gerente, e finalmente para Guaxupé, aposentando-se.
Eu também acabei trabalhando em agências, e transferindo residência para Nova Resende, posteriormente aposentando-me também como gerente do Banco do Brasil, após ter viajado bastante, como Instrutor de Cursos do mesmo Banco, oportunidade, em que por algumas vezes encontrei-me com Cairbar em Brasília, ligeiramente.
Tornamo-nos, ambos, advogados militantes, até hoje, ele em Guaxupé e eu em Muzambinho, eu atualmente em vias de me aposentar.
No entanto, a finalidade principal desta crônica, é voltar ao ponto em que Balbino, o querido fabricante de pés-de-moleque, referiu-se ao jovem “sorriso”, pois, com o correr do tempo, hoje aos 72 anos de idade, vamos aprendendo a observar as pessoas, e em Cairbar, pude notar, durante todo esse tempo em que tenho convivido com ele, tratar-se alguém que ama a vida, que somente vê o lado bom das pessoas e das coisas, pois ele é realmente o homem do sorriso, nunca pude ver ou sentir, em minha convivência com Cairbar, que mencionasse algo negativo e sei que é assim com todos: família, amigos, na sociedade onde vive sempre para frente e para o alto, dentro da sua fé inabalável, exemplificando tudo aquilo que nós temos aprendido dentro da abençoada Doutrina Espírita, na qual nascemos, e que nos tem abrigado durante toda a vida.
Pode-se perceber, em todas as crônicas por ele redigidas, o espírito alegre, valorizando, de modo elegante, os feitos de seus biografados, sem demagogia, mas com sinceridade, o que é próprio do autor, hoje homenageado por este seu amigo e irmão – LINCOLN VIEIRA TAVARES/ Guaxupé, 2012.”
 
Nota do autor: a partir da participação de Lincoln no programa radiofônico, ele se voltou integralmente ao estudo da doutrina, tornando-se um dos maiores oradores espíritas de toda a região.
       
 
 

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